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Jornalista vítima da bandidagem gratuita

O assassinato gratuito e escabroso (de forma intencional, no mínimo dolo eventual), do cinegrafista da Band num protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro reforça a ideia de que vivemos no País das belezas naturais inigualáveis, mas também da mais escrota e irresponsável bandidagem

Do Diário do Grande ABC
14/02/2014 | 08:00
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Artigo

O assassinato gratuito e escabroso (de forma intencional, no mínimo dolo eventual), do cinegrafista da Band num protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro reforça a ideia de que vivemos no País das belezas naturais inigualáveis, mas também da mais escrota e irresponsável bandidagem (seja fraudulenta, seja violenta), que constitui uma das heranças malditas do colonialismo extrativista e saqueador, que ao povo transmitiu a cultura do autoritarismo, do ignorantismo, do parasitismo, do desigualitarismo (segregacionismo) e do cruel selvagerismo.

Com 27,1 assassinatos para cada 100 mil pessoas (em 2011), o Brasil não é o 16º mais violento do mundo por acaso. Aqui acham-se falidas todas as instituições nucleares da vida sustentável em sociedade (Estado/democracia, capitalismo, império da lei e sociedade civil). Quanto mais amplia nossa complexidade, mais o Brasil vai se degringolando e se afogando no sangue dos seus ‘cadáveres antecipados’.

Nossa democracia passa por crise profunda (81% da população afirma que o político brasileiro é corrupto ou muito corrupto – Ibope) e continuamos praticando o capitalismo selvagem e retrógrado (70% do PIB – Produto Interno Bruto – estão em pouquíssimas mãos; o restante é dividido para 200 milhões de pessoas), que não têm nada a ver com o elogiável capitalismo evoluído e distributivo, fundado na educação de qualidade para todos. O império da lei virou zombaria e a sociedade, ao substituir os valores clássicos de convivência (respeito às pessoas, honra, boa reputação, amor ao trabalho etc.) pelos da sociedade vazia e líquida, se tornou totalmente incivilizada e grosseiramente consumista, em razão da sua esplendorosa vulgaridade.

Que nos falta? Romper definitivamente com nosso maldito passado colonialista e extrativista e promover a maior revolução aqui jamais vista nas áreas da Educação e da ética, de onde resultará naturalmente o respeito e o império da lei (enforcement) assim como a civilidade/cidadania. EEE (Educação, Ética e Enforcement – império da lei e da Justiça): prevenção antes de tudo e, ao mesmo tempo, contenção da bandidagem e da malandragem generalizadas. Não vejo outro caminho mais racional e mais sensato para superarmos nossa barbárie (‘guerra de todos contra todos’, como dizia Hobbes) e ingressarmos finalmente na civilização.

Deveríamos sair por aí, de branco, quebrando tudo quanto é resistência, sobretudo da burguesia acomodada, que ainda ostenta o espírito espoliador e saqueador do colonialismo selvagem, que há muito foi abandonado ou rejeitado pelas nações capitalistas mais prósperas e mais invejadas do planeta.

Luiz Flávio Gomes é jurista e diretor-presidente do Instituto Avante Brasil.

Palavra do leitor

Lula-lá
O ex-presidente já está extrapolando em seus comentários, atirando para todos os lados. Agora deu para criticar o STF, corte maior do País. Há ditado que diz que de tanto mentir, o mentiroso começa a acreditar na própria mentira. Com sua afirmação, ele quer imputar verdade falha. Senhor ex-presidente, aproveite melhor a sua existência e faça palestras construtivas, viajando por este País que lhe deu a oportunidade de ser o chefe maior. Aconselhe o povo a ler jornais etc, para que fique ciente dos acontecimentos. Há uma frase de Che Guevara que diz que povo analfabeto é facilmente manipulado pelo governo. Ele, Che, incentivava seus comandados a estudar para não serem manipulados e agirem conforme sua consciência. Siga o exemplo de Che.
Lúcia Calvitti Rodrigues
Santo André

Rico
Tem gente que chega ao absurdo de afirmar que o Brasil é rico. Para quem vem aqui passar uns dias se diverte, dorme nos melhores hotéis, come a melhor comida, e é tudo de primeira. Para quem tem muito dinheiro, qualquer lugar é bom. Mas quem é brasileiro, vive e mora aqui, e principalmente nasceu pobre, sabe que não é bem assim. Os governos, se é que o fazem, sempre se preocupam com o básico, como moradia, alimentação etc. Mas não é só de básico que o povo vive, todo mundo deve ter chance de crescer, evoluir, física e materialmente. Tem gente que trabalha em excesso para melhorar de vida e nem sempre isso acontece, porque as grandes oportunidades estão nas mãos de poucos, dos políticos, por exemplo. Quando isso não acontece para eles, desviam para seus bolsos? A Bíblia diz que ‘ganhará e construirá a sua vida com o suor do seu rosto’. Mas não é isso que acontece, pois quem trabalha não tem tempo de ganhar dinheiro.
Edson Rodrigues
Santo André

Até quando?
Até quando seremos reféns de homicidas, suicidas e genocidas no trânsito? Até quando será entregue licença para psicopatas conduzirem arma tão eficaz para matar quanto o veículo automotor? Levando meu neto para a escola, vi uma senhora com problemas de locomoção andando na rua, uma vez que as calçadas são impraticáveis a quem tem problemas. Reduzi consideravelmente a velocidade, e fiz leve desvio, invadindo muito pouco a contramão. Apareceu de frente uma ‘perua’ de classe média, em velocidade incompatível para a via, enfiou a mão na buzina e arremeteu o carro para cima do meu, e por muito pouco não batemos. O que essa motorista queria? Que eu atropelasse a pessoa deficiente física? Sinto muito, continuarei parando o carro para crianças, velhinhos, cãezinhos e tudo que for mais frágil que um automóvel.
Edson Bueno de Camargo
Mauá

Mensalão
O ego do Zé Dirceu está se submetendo ao papel de idealizador e responsável pelo Mensalão para livrar a cara do ‘barba’, e facilitar seu desgoverno e interesses ocultos. Dilma, atualmente no planalto, criou o programa Mais Médicos pagando aos hermanos Castro R$ 10 mil por mês e os médicos cubanos estão desertando porque recebem ‘merreca’. Mas há empresa oculta que recebe parte desse valor, e suponho que repassa a alguém. No Brasil? A quem? Alguém?
Mário A. Dente
Capital

Corporativismo
‘O voto aberto vai fazer com que meus colegas votem contra o coração e a vontade deles’, disse Natan Donadon. Na verdade, há seis meses, quando votaram pela sua não cassação em voto secreto, não votaram com o coração, mas com o acirrado espírito de sobrevivência. É o que eu sempre digo: transparência é tudo, não é, deputados?
Myrian Macedo
Capital

Colabore!
Arrasada! Assim diz estar Andrea Haas pela prisão de seu marido, Henrique Pizzolato. Quer, então, sentir-se melhor? É fácil. Libere os CDs gravados, esclareça como sobreviveu nos tempos de fausto antes da fuga e, também, como sobrevive agora. Enfim, conte e revele toda a verdade que diz saber, pois esta, a verdade, importa muito para todos os brasileiros de bem. Também exiba as provas que estavam ‘por trás daquilo’. Com isso, demonstrará que sua dignidade não foi roubada. Coragem!
Pedro Luís de Campos Vergueiro
Capital
 




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