Política Titulo Formalizado
Grana perde aliado e tem governabilidade ameaçada

Lobo oficializa saída da base e governo petista conta com 13 votos; Elian será chamada para diálogo

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
07/02/2014 | 07:40
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Arquivo/DGABC


A composição das comissões permanentes da Câmara de Santo André, formalizadas ontem, evidenciou a perda de pelo menos um aliado na base de sustentação do prefeito Carlos Grana (PT). Durante a sessão, o vereador Sargento Lobo (Solidariedade) oficializou a saída da bancada governista. Com a mudança de posicionamento, o Paço conta atualmente com 13 votos, insuficientes para aprovar projetos que necessitam de dois terços do Legislativo – são 14.

O caso de Lobo, aliado à ausência de Elian Santana (Pros) na votação, ameaça a governabilidade de Grana. Lobo justificou que está fora da base devido à truculência do PT. Segundo o parlamentar, a administração desrespeitou a Casa ao não exercer a democracia – o governo, por sua vez, nega interferência no processo. “Não acredito em trabalho sob cabresto. Saí do PDT por causa disso. Agora tenho liberdade. Dei apoio por um tempo em razão do estatuto do partido, mas não posso concordar com um governo que prefere contratar ONGs a valorizar o funcionalismo público.”

A situação incomoda a cúpula. Elian será chamada para explicitar seu lado no segundo ano de mandato. “Precisamos ter reunião para saber, é ano importante, eleitoral. Nesse episódio, em particular, acho que a postura não foi condizente. Isso não significa enquadramento, mas queremos ver quem está com o governo”, alegou o secretário de Relações Institucionais, Tiago Nogueira (PT).

Elian e Lobo faziam parte do G-12, grupo que formava oposição ao governo e rachou no ano passado. Tiago sinalizou que a votação foi medição para testar a lealdade na Casa. “Vamos cobrar fidelidade”, disse, ao acrescentar que já não considerava o vereador governista. “Se é sustentação, precisa ter outra embocadura. Quem está contrário tudo bem. Ótimo, seja feliz, não tem problema. Só que tem de ser consequente e renunciar os cargos que tem.”

Líder do governo Grana, José de Araújo (PMDB) corroborou com o discurso. “Ninguém é obrigado a participar da base, porém, não pode a cada dia estar de um lado diferente.” Elian se coloca na situação. Em contrapartida, quer compromisso de ficar livre nas votações. “Estou junto com o governo. Só fui coerente e não concordei com a forma do Araújo de não procurar acordo. Essa posição foi para preservar (o Paço).”
 




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