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Prefeitura de S.Caetano afasta funcionários citados em áudio

Gravação feita para projeto do Paço denuncia irregularidades na Saúde, vaza e é publicada na internet

Cynthia Tavares
01/02/2014 | 07:59
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 A Prefeitura de São Caetano afastou funcionários citados numa gravação divulgada na internet que denuncia irregularidades na Saúde. O áudio foi captado pelo funcionário terceirizado Luiz Fernando Zaretzki Costa durante entrevista com o diretor clínico do Hospital São Caetano, Roberto Rodrigues Junior, que integra a lista de afastados.

Durante a conversa feita em junho, Rodrigues Júnior relatou a existência de funcionários fantasmas e superfaturamento de notas fiscais. O Palácio da Cerâmica abriu sindicância para apurar os fatos.

O médico Edson Hiroshi Kakiuchi, apontado como servidor fantasma pelo diretor clínico durante a entrevista, também não está mais atuando no Palácio da Cerâmica. Rosana Dellanegra pediu afastamento após a publicação do áudio. Segundo Rodrigues Júnior, ela trabalhava apenas de segunda e quarta-feira no período da manhã e ganhava R$ 10 mil.

O diretor técnico do Hospital São Caetano, Marcos Fontes, foi o outro afastado. Ele seria o responsável pelo superfaturamento de notas fiscais e contratos, conforme dito pelo denunciante. Fontes foi candidato a vereador pelo PSD e obteve 862 votos no pleito eleitoral de 2012.

O depoimento foi coletado para o projeto Agiliza São Caetano – a empresa TB Serviços foi contratada para executar o serviço e indicou Costa para realizá-lo. Ele entrevistava os gestores da administração para detectar problemas nas repartições públicas – eles não sabiam que estavam sendo gravados. “Eu fazia as gravações como ferramenta de trabalho para fazer avaliação de fluxograma (esquema de hierarquia nos departamentos). A minha função não era para fazer uma auditoria, mas achar ferramentas de gestão”, declarou.

Costa contou que, diante das denúncias, resolveu encaminhar cópia do áudio para Wilson Bessa, chefe do serviço de atendimento da Prefeitura até o ano passado. “Entreguei para ele colocar o CD na mão do prefeito (Paulo Pinheiro, PMDB) para tomar as devidas providências. Ele parecia ser meu amigo e me disse que tinha fácil acesso ao chefe do Executivo. Só que não fez isso. Ele se apropriou indevidamente do material”, disse. Costa fez um BO (Boletim de Ocorrência) contra o antigo servidor pelo vazamento das informações.

Bessa negou que tenha publicado o vídeo na internet. “O Luiz Fernando vai ter que provar o que está dizendo. Disponibilizo o sigilo telefônico e até eletrônico se for preciso. Eu tive acesso porque ele colocou o material na minha mesa”, rebateu. Costa disse que entregou o CD em mãos.

Rosana, Hiroshi e Fontes não foram localizados para comentar.




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