Política Titulo Na parede
Vale-alimentação de
servidores é desfalcado

Suspeita é a de que cartões dos funcionários de
Sto.André estão sendo clonados desde novembro

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
03/01/2014 | 07:24
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Orlando Filho/DGABC


Funcionários da Câmara de Santo André sofreram desfalque no vale-alimentação, composto mensalmente por R$ 625 acumulativos. A suspeita é a de que série de cartões corporativos dos servidores públicos foi clonada. Embora o número de lesados tenha sido superior, seis dos usuários do benefício informaram oficialmente a superintendência do Legislativo sobre o problema de fraude no sistema. Os valores subtraídos variam de R$ 100 a R$ 900 por unidade. O caso aconteceu pela primeira vez em novembro.

No mês passado, a subtração de valores se tornou recorrente, voltando a aparecer na Casa. Até agora, não houve aviso formal a respeito de BO (Boletim de Ocorrência) – servidores foram orientados a procurar a polícia individualmente – ou instauração de inquérito do crime. Vencedora de licitação em agosto, a empresa que opera o sistema é a Bônus Brasil Serviços de Alimentos Ltda, que enfrenta o mesmo tipo de reclamação em outras cidades do País, como Bauru (em São Paulo) e Caruaru (Pernambuco). A presidência da Câmara notificou a companhia a adotar as providências necessárias para ressarcir os prejudicados.

O chefe da Casa, Donizeti Pereira (PV), assinou o ofício em 20 de dezembro, solicitando explicações. O documento foi encaminhado no dia 27 para a Bônus Brasil. Segundo o verde, os departamentos jurídico e administrativo aguardam posicionamento da empresa antes de tomar atitude. “Esperamos que todos os danos sejam reparados. Em princípio, chegou nota fiscal para dia 9 de janeiro. Enquanto o caso, já comprovado, não estiver resolvido e nos deem garantias, não temos intenção de pagar.” O valor gira em torno de R$ 245 mil mensais.

A Bônus Brasil já fez alguns estornos, conforme relato de funcionários. Servidores afirmaram que, no início do problema, o ressarcimento “era rápido”, mas que a partir do segundo mês, o reembolso dura até mais de dez dias, colocando “pessoas em situação de constrangimento”. Donizeti cogita, inclusive, medidas enérgicas em caso de negligência por parte da empresa. “Ainda não tivemos resposta. A situação é grave. Nenhum usuário pode sair no prejuízo, senão há chance de rompermos o contrato.” São 405 funcionários.

O verde sublinha que ex-funcionários da empresa estão na lista de suspeitos. “A Bônus Brasil admite o problema. Não é episódio isolado da Câmara.” Procurada, a companhia não retornou os contatos do Diário, via e-mail. Por telefone, todas as linhas da rede registravam ontem sinal de ocupado.
 




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