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Lojas têm queda na vendas de fogos de artifício

Mesmo com itens mais baratos, empresários
dizem que consumidor está comprando menos

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
31/12/2013 | 07:08
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Nario Barbosa/DGABC


As vendas de fogos de artifício na região estão com leve queda em relação ao fim do ano passado, de acordo com empresários do segmento. E isso ocorre mesmo com redução nos preços, que atinge até 30%, destacam. Com isso, é possível que o foguete chuva de prata, bastante conhecido pela sua característica, como diz o próprio nome, por ter várias gotas luminosas se espalhando pelo céu, tenha menos aparições hoje à meia-noite.

O microempresário Claudio Soares, 56 anos, atua no ramo há três décadas e meia. Conhece bem o comportamento dos consumidores de fogos de artifícios. E tem visto suas vendas encolherem, em relação ao fim de 2012, em aproximadamente 30%.

Ele é proprietário da China Show Fogos de Artifícios, localizada em São Bernardo. E não apresenta dúvidas sobre o principal motivo para a comercialização ter reduzido. “É a economia”, disse. Para ele, o cenário econômico atual tem contribuído para que as famílias fiquem mais cautelosas em relação aos gastos extras, caso dos produtos pirotécnicos.

O último resultado do ICC (Índice de Confiança do Consumidor), do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dá credibilidade à percepção de Soares.

O indicador aponta que o nível de satisfação dos consumidores com a situação financeira da família nos seis meses encerrados em dezembro ficou 111 em pontos, abaixo da média histórica, de 113 pontos. Isso porque a proporção de consumidores que acreditam que a situação estava boa recuou de 23,3% para 21,9%. Ao mesmo tempo, o grupo daqueles que interpretam o cenário como ruim aumentou de 10,8% para 12,9%.

Lafaiete Rodrigues da Silva, 53, é proprietário da Lafaiete Fogos de Artifícios, em Mauá. Ele também tem visto uma redução nas vendas em relação ao ano passado, mas preferiu não arriscar o quanto. “Isso porque acho que amanhã (hoje) é que vamos vender muito”, estimou. Mas ele criticou o comércio ilegal de fogos. “Nós vemos que muitos estabelecimentos têm comprado os produtos e revendido mesmo sem alvará para isso.”

Ele contou que, mesmo com uma redução média nos seus preços de 20%, resultado do repasse da deflação que os fornecedores aplicaram neste ano, os itens de maior valor, como o foguete chuva de prata, tem saído pouco. “O que mais vendemos são as caixas de rojão 12 x 1 (12 tiros), as bombas de acender e jogar e os apitos (espécie de foguete em uma vareta)”.

Na Gil Fogos, também em Mauá, a expectativa era para redução nas vendas para este fim de ano. Mas, o proprietário Claudio Gil, 58, mudou de opinião depois de olhar para o céu. Ele atende os clientes de pirotecnia há 20 anos. E aprendeu uma conta que, normalmente, dá certo. Quanto mais sol, mais confiança. “O tempo está bem firme, então as pessoas compram fogos. O que atrapalha muito a gente é quando está chovendo”, explicou.

E, como toda empresa, que não pode perder oportunidade de vender o estoque no período de demanda, os três microempresários ficarão de portas abertas hoje. A China Show atenderá até às 20h, a Gil Fogos até às 23h e, a Lafaiete, até à meia-noite.
 




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