Política Titulo Abriu mão
Decisão de Marinho
adia inauguração do HC

Prefeito aguarda por presença de Dilma, mesmo
com complexo pronto há ao menos duas semanas

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
10/12/2013 | 07:18
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Denis Maciel/DGABC


Pronta há pelo menos duas semanas, a primeira etapa do Hospital de Clínicas de São Bernardo não foi aberta à população por decisão política do prefeito Luiz Marinho (PT), que não abriu mão de ter a presidente Dilma Rousseff (PT) na solenidade de abertura do complexo hospitalar.

O governo petista tem permitido visitações monitoradas ao prédio localizado no bairro Alvarenga e que, na primeira fase, acolherá 70 leitos, sendo 60 de internação e dez de terapia intensiva. Foram 20 ao todo, com 1.800 visitantes. Mas tem postergado o funcionamento do centro para encontrar brecha na agenda de Dilma – espaço esse definido para dia 13, às 11h.

O Hospital de Clínicas teve outras cinco datas de inauguração divulgadas pela gestão Marinho: março de 2012, novembro do mesmo ano, maio e novembro deste ano. Por último, dia 7 de dezembro, data descartada depois que Dilma não confirmou presença no evento oficial.

Marinho chegou a cobrar publicamente que a presidente achasse dia em sua agenda para participar da cerimônia em São Bernardo. A solicitação foi feita na quarta-feira, quando o padrinho político de ambos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), recebeu título de doutor honoris causa da UFABC (Universidade Federal do ABC). Os dois estiveram no palco e a cobrança foi feita no discurso do prefeito.

Ontem, aliás, Marinho organizou encontro com futuros funcionários do Hospital de Clínicas para explanar sobre o funcionamento do complexo hospitalar. Cerca de 200 profissionais compareceram à reunião, que também teve as presenças dos secretários de Saúde, Arthur Chioro (PT), e de Serviços Urbanos, Tarcísio Secoli (PT), e do presidente da FUABC (Fundação do ABC), Maurício Mindrisz (PT).

A obra consumiu R$ 160,3 milhões, sendo R$ 82,1 milhões repassados pelo Ministério da Saúde, R$ 40 milhões pelo governo do Estado e R$ 38,2 milhões como contrapartida do município. A despeito de contar com verba estadual, Marinho não demonstrou mesmo empenho em adiar a inauguração para conciliar com agenda do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

A possibilidade de participação do tucano foi comentada pelo prefeito apenas em outubro, quando Alckmin esteve em São Bernardo para visitar o Hospital de Clínicas e anunciar liberação de R$ 20 milhões para aquisição de equipamentos.

Unidade deve ser aberta sem hemocentro

Por causa de discussão administrativa sobre expansão de convênio, o Hospital de Clínicas de São Bernardo corre risco de ser inaugurado sem ter hemocentro. A Prefeitura tenta aditar contrato já vigente com a Colsan (Associação Beneficente de Coleta de Sangue) para gerenciamento do estoque de bolsas de sangue que atende a rede pública.

O governo Marinho confirmou que tenta aditar o acordo em curso, “dentro das condições permitidas pela legislação”, para que o Hospital de Clínicas seja abastecido assim que for aberto, no dia 13. A parceria atual envolve atendimento para o Pronto-Socorro Central, HMU (Hospital Municipal Universitário) e Hospital Anchieta.

A negociação para expandir o contrato emperrou nos valores que a administração petista quer desembolsar para sacramentar o acordo. A gestão Marinho estaria disposta a depositar R$ 28 mil mensais à conta da Colsan para ampliação da capacidade, enquanto para que haja pleno funcionamento ao Hospital de Clínicas a associação estima transferência de R$ 40 mil por mês.

O convênio entre Prefeitura e Colsan garantiu a construção do Hemocentro Regional, mantido pela entidade, num terreno municipal da Vila Euclides. A concessão de uso é por 20 anos, renováveis por igual período. O prédio tem capacidade para atender 3.000 doadores por mês.
 




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