A última sessão da Câmara de São Caetano, na terça-feira, foi crucial para a articulação política do prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), eleger a bancada de oposição. O voto contrário de Fábio Soares (PSD) ao projeto de lei que reajustou o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) irritou o Palácio da Cerâmica.

O pessedista afirma que passou a ser tratado como opositor. “Recebi a informação de que as portas da Prefeitura estão fechadas e que minhas solicitações não seriam mais atendidas”, disse Soares. A administração, inclusive, cortou cargos comissionados ligados ao parlamentar.

Soares chamou a ação de “arbitrária” e a creditou ao líder do governo na Câmara, Jorge Salgado (Pros), e ao articulador político do Paço, Moacir Guirão (PMDB). “É uma postura de conta e risco deles. Na votação, o Jorge Salgado fez politicagem ao me criticar e o Guirão ficou me segurando lá trás (do plenário) , acho que de propósito, para não justificar meu voto na tribuna”, disse.

“Ele tirou todas as dúvidas em reuniões com o prefeito e com a secretária da Fazenda (Merle Trassi). Ele queria atualizar a planta genérica e o aumento seria estrondoso, seria muito alto. Ele votou contra a sociedade de São Caetano”, declarou Salgado. O reajuste da alíquota do IPTU foi de 5,27% e apenas corrigiu a inflação. Soares e Edison Parra (PHS), que também votou contrário à proposta, consideram a prática inconstitucional embasados no código tributário.

A irritação da articulação também respingou na bancada do PPS – Carlos Alberto Seraphim e Marcel Munhoz – e no vereador Aparecido Inácio da Silva, o Cidão do Sindicato (Solidariedade). Os popular-socialistas votaram a favor do projeto e Cidão esteve ausente. O governo, no entanto, tem avaliado que o antigo ‘bloquinho’ que era formado pelos cinco parlamentares, mais Magali Selva Pinto (PSD), pode se reunir e se posicionar contra o Palácio da Cerâmica.