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Deficiente pode se aposentar mais cedo

Contribuinte, no entanto, terá de esperar mais 45 dias
para entrar com pedido e passar por perícia

Andréa Ciaffone
Do Diário do Grande ABC
04/12/2013 | 07:17
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Ontem, a presidente da República, Dilma Rousseff, assinou o decreto que regulamenta a Lei Complementar 142, que criou a aposentadoria especial para pessoas com deficiência. A nova legislação estipula condições diferenciadas para a concessão de aposentadorias por idade e por tempo de contribuição aos segurados da Previdência Social.

A aposentadoria por tempo de contribuição levará em conta o grau de deficiência do segurado, e essa gradação permitirá três níveis de redução no tempo de serviço. Para os portadores de deficiência considerada grave, o tempo de contribuição será reduzido em dez anos. Para os casos de deficiência moderada, a diminuição será de seis anos e, para a deficiência leve, a aposentadoria por tempo de contribuição poderá ser pedida dois anos antes.

Já a aposentadoria por idade é direcionada aos segurados que possuam a deficiência na data do requerimento do benefício. Comprovados pelo menos 15 anos de contribuição, haverá a redução de cinco anos na idade mínima exigida para a concessão da aposentadoria. Ou seja, o homem passa a ter direito ao completar 60 anos de idade, e, a mulher, 55 anos.

SEM FATOR - “O mais importante é que nas aposentadorias dos deficientes o fator previdenciário não será aplicado”, destaca o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP). “A nossa preocupação, entretanto, é em relação à questão da perícia, que vai determinar o grau de deficiência”, completa o deputado, que está sempre envolvido em assuntos relativos a aposentadoria. Segundo ele, a política do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) de negar tudo faz com que a Justiça federal fique afogada em processos de contribuintes que tiveram pedidos indeferidos.

CONQUISTA - “Um dos grandes avanços que esse decreto traz para o deficiente é prever que o estabelecimento do grau de deficiência seja feito de acordo com os parâmetros mais modernos, que avaliam não só aspectos médicos, mas, também, a capacidade laborativa e a integração da pessoa com seu ambiente”, diz o secretário nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antonio José Ferreira. “A avaliação será feita em todo o Brasil por equipes multidisciplinares que, além de médicos, terão psicólogos e assistentes sociais”, diz o secretário, que é deficiente visual. “A intenção é beneficiar os que passam por maior desgaste físico e psicológico para exercer suas funções.”

Até hoje, segundo Ferreira, todas as classificações e perícias se baseavam na doença, e não na funcionalidade da pessoa enquanto profissional ou nos desafios e preconceitos que ela tem de enfrentar.

O secretário, que trabalha em parceria com o INSS no treinamento das equipes que avaliarão a gradação das deficiências, diz que as perícias devem começar em 45 dias.
“Num primeiro momento, a orientação será priorizar o atendimento de quem está mais próximo da aposentadoria”, garante Ferreira.

Embora não tenha uma estimativa de quantas pessoas estão nessa situação, o secretário acredita que a demanda será grande. “No Censo de 2010, 45 milhões de brasileiros se identificaram para o IBGE como deficientes em algum grau. Isso equivale a 23,9% da população brasileira”, diz.

Por meio da sua assessoria de imprensa, o INSS afirma que estará pronto para realizar as perícias no prazo determinado pelo decreto.
 




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