Os imóveis usados em Santo André, São Bernardo e São Caetano valorizaram mais no mês passado do que em novembro de 2012. Sinal de que o mercado de trabalho, um dos principais estímulos para o aumento de preços do mercado imobiliário, tem indicado resultados positivos neste fim de ano. Esta é a conclusão do coordenador do Índice FipeZap de Imóveis Anunciados, Eduardo Zylberstajn.

Segundo o Índice FipeZap, realizado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), em parceria com o site Zap Imóveis, São Caetano teve a maior valorização do mês passado entre os três municípios. Atingiu alta de 1,04% em relação a outubro. Em novembro de 2012, o incremento obtido nas unidades da cidade foi de 0,69%.

Em seguida, aparece Santo André. Os apartamentos usados tiveram alta média nos preços da ordem de 0,86% em novembro. Em igual período do ano anterior, a inflação chegou a 0,70%. São Bernardo, por sua vez, apresentou aumento médio de 0,72%. Com isso, atingiu 0,05 ponto percentual de crescimento nos valores ante novembro de 2012.

O cenário visto no trio de municípios analisados pela pesquisa não foi muito diferente, no que se trata de movimento geral dos preços, do registro médio das 16 cidades analisadas pela Fipe. O Índice FipeZap Ampliado passou de 0,91%, em novembro de 2012, para 1,25% no mês passado. “É preciso considerar que o mercado imobiliário caminha junto com o mercado de trabalho. E este, por sua vez, registrou resultado muito positivo em novembro”, explicou Zylberstajn.

EMPREGO - O especialista se apoiou na pesquisa dos Indicadores do Mercado de Trabalho Catho-Fipe. Conforme o recorte Taxa de Desemprego Antecipada, referente ao mês de novembro, a taxa de desemprego no País atingiu 4,6%. “Este é o menor resultado da história para o desemprego. Tudo indica que o mercado de trabalho vai bem e, portanto, os trabalhadores estão otimistas”, avaliou Zylberstajn, destacando que essa é uma das hipóteses para possível aumento da demanda, o que estaria puxando para cima os valores cobrados pelos imóveis.

O Catho-Fipe, desenvolvido e calculado pela Fipe, tem como base de informações os dados da Catho e outras fontes da internet. Um dos objetivos do índice é antecipar o resultado de desemprego, que é publicado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) posteriormente.

Na região, a taxa de desemprego de outubro, último dado disponível, também teve destaque, e corrobora para o otimismo dos trabalhadores. Segundo dados da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), do Seade/Dieese, o percentual de pessoas em busca de uma ocupação atingiu 9,1%, o segundo menor percentual para o décimo mês do ano da série histórica, iniciada em 1999.

O delegado regional do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), Alvarino Lemes, garantiu que o resultado de comercialização de usados no mês passado foi melhor. “As vendas nas três cidades aumentaram bastante em relação a novembro de 2012. Naquela época, lembro, as empresas da região estavam dispensando os funcionários”, disse Lemes.

Daniel Ferreira Falcão, coordenador do MBA de Gestão de Negócios Imobiliários e da Construção da Strong Educacional, vinculada à Fundação Getulio Vargas, destaca que o crédito também tem estimulado a demanda. “Estamos falando de prazos mais alongados, taxas menores e o aumento das possibilidades de a pessoa conseguir a aprovação de um financiamento.”

Preço do metro quadrado de São Caetano é o 8º maior do País

Segundo o Indicador FipeZap, o preço médio do metro quadrado dos imóveis usados prontos em São Caetano é o mais alto do País. A metragem, em novembro, custava R$ 5.225.

O indicador considera 16 cidades, tendo em vista que a maioria é de capitais. Estão na frente do município da região o Rio de Janeiro, com R$ 9.812, Brasília, com R$ 8.660, e São Paulo, com R$ 7.730.

Também aparecem na sequência Niterói, com R$ 6.989, Recife, com R$ 5.746, Belo Horizonte, com R$ 5.402, e Fortaleza, R$ 5.377.</CW>

Santo André, com metro quadrado custando R$ 4.532, aparece na 12ª posição. E, São Bernardo, no 15º lugar, com R$ 4.276.

O preço médio da metragem dos imóveis usados nas 16 cidades, segundo o FipeZap, era de R$ 7.231 em novembro, valor 1,3% superior ao registro de outubro.