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Marinho enfrenta servidores desde 2009

Oriundo do movimento sindical, petista de S.Bernardo muda perfil ao trocar o lado do balcão

Rogério Santos
Do Diário do Grande ABC
02/12/2013 | 07:38
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As atuais reclamações de professores e guardas-civis municipais de São Bernardo contra o prefeito Luiz Marinho (PT) não são novidade. Oriundo do movimento sindical, defendendo bandeiras trabalhistas, o petista mantém relação conturbada com o funcionalismo público desde 2009, quando iniciou o debate da reforma administrativa.

No primeiro ano de sua primeira gestão, servidores da Saúde e de setores administrativos mostravam insatisfação com as mudanças que ocorreriam. A Câmara resistiu por um ano, mas aprovou o projeto de alterações, que entrou em vigor em 2010.

Uma das principais críticas, aliás, é exatamente o que Luiz Marinho brigava com os patrões quando era sindicalista do setor metalúrgico: diálogo.

No segundo ano do chefe do Executivo começou a ser debatido o PCCR (Plano de Cargos, Carreira e Salários). Mas, quase quatro anos depois, após inúmeros debates com o Sindserv (Sindicato dos Servidores), a proposta ainda não foi formatada.

Mesmo com a reabertura da mesa permanente de negociação entre a Prefeitura e a entidade que representa o funcionalismo, o único pleito contemplado foi o reajuste de 6,77% no salário dos 14.427 trabalhadores, aprovado pela Câmara em maio.

Outro momento tenso entre a administração e os servidores foi na discussão da criação do SPCPrev, autarquia previdenciária que substituiu o Fuprem (Fundo de Previdência Municipal), em agosto de 2011.

Manifestantes contrários à alteração, que a exemplo do Estatuto do Magistério, também tirara participação dos trabalhadores nas decisões, ficaram indignados com o modo que o governo conduzia o debate. Sem ligar para o desejo da categoria, o prefeito enviou projeto ao Legislativo, que o aprovou.

Uma chuva de moedas tomou conta do Teatro Cacilda Becker, que abrigava as sessões durante a construção do prédio da Câmara. Os vereadores petistas eram os mais visados.
Recentemente, mais dois capítulos fazem parte da polêmica relação entre servidores e Marinho, que mudou de lado do balcão: passou de trabalhador a patrão. A aprovação do Estatuto do Magistério pelos vereadores ocorreu sob forte esquema de segurança e protesto dos educadores contrários ao texto. O petista enviou a matéria à Casa mesmo após três rejeições em consultas aos educadores.

E a última atitude antidemocrática do governo municipal foi convocar, para prestar esclarecimentos, guardas municipais que participaram da invasão ao plenário da Câmara para impedir a votação do Estatuto do Magistério. Na prática, é pressão sobre os que se posicionaram contra uma proposta da gestão petista e tentar coibir outras manifestações dos profissionais que reivindicam progressão horizontal (bônus por tempo de casa) e adicional de periculosidade.
 




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