Economia Titulo Cenário
Grande ABC tem 3ª queda seguida na taxa de desemprego

Pesquisa do Seade/Dieese aponta aumento de vagas na indústria e em serviços em outubro

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
28/11/2013 | 07:00
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A taxa de desemprego no Grande ABC diminuiu pelo terceiro mês seguido, apontou pesquisa do Seade/Dieese divulgada ontem. O índice passou de 10,5% da PEA (População Econômica Ativa, ou seja, o total de pessoas empregadas ou em busca de colocação) em setembro para 9,1% no mês passado. Essa marca em outubro só perde, em toda a série histórica (iniciada em 1999) para a observada em 2011, quando ficou em 8,7%.

O contingente de desempregados na região foi estimado em 128 mil pessoas, 20 mil a menos do que no mês anterior. Isso ocorreu em decorrência da geração de 19 mil postos e da relação de estabilidade do mercado de trabalho (com redução de apenas 1.000 pessoas na PEA, ou seja, de gente que deixou de procurar emprego). Com isso, o total de ocupados chegou a 1,284 milhão, o maior número deste ano. O crescimento da ocupação foi puxado pelo setor de serviços e pela indústria que, respectivamente, ampliaram em 12 mil e em 20 mil vagas, em relação a setembro, enquanto o comércio fechou 10 mil oportunidades no mês.

A abertura de vagas na atividade industrial, apontada pela PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), contrasta com o levantamento do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, que apontou leve retração com fechamento de 211 postos no período. No entanto, as metodologias são diferentes: a pesquisa do Seade/Dieese é domiciliar, feita por amostragem e chega aos resultados por média trimestral. Já os números do ministério são coletados das empresas e são censitários (todas as firmas são obrigadas a responder), mas abrangem apenas os empregos com carteira assinada, enquanto a PED inclui os sem registro e autônomos.

Outro dado que chama a atenção, no que se refere à indústria do Grande ABC, são os altos e baixos (expansão em um mês seguida por queda no seguinte) no nível de ocupação no ramo metalmecânico, que responde por praticamente metade do contingente empregado da atividade industrial dos sete municípios. Em outubro, de acordo com a PED, esse subsegmento abriu 10 mil vagas, depois de ter fechado 11 mil em setembro. Segundo a economista do Dieese Zeíra Camargo, essas oscilações têm a ver com as pequenas empresas de autopeças, cujas dificuldades do cenário econômico impactam mais rapidamente em demissões do que nas grandes companhias.

Por sua vez, o fechamento de vagas no comércio surpreendeu representantes do setor. O diretor executivo do Sindicato dos Comerciários do ABC, Jonas José dos Santos, afirmou que a entidade não havia detectado aumento nos cortes. No entanto, citou que, em setembro, um mês antes da data-base da categoria, se as empresas mandassem embora, teriam de pagar multa. “Por esse motivo, é natural que haja mais demissões em outubro.”

Segundo o gerente de pesquisas do Seade, Alexandre Loloian, o comércio vinha em ritmo forte ao longo do ano. “Agora foi um ajuste”, considerou. Porém, há sinais de que as famílias estão tendo menor disposição de comprar, o que refletiria em vendas mais fracas dos lojistas. Segundo o índice ICF (Intenção de Consumo das Famílias), da Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), julho, agosto e setembro apresentaram os piores resultados da série histórica, iniciada em janeiro de 2010.




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