Economia Titulo Negócios
Região ganha 12.724
empresas até julho

Volume é apenas 3,3% maior que registrado em 2011
e 63,3% do total são de empreendedores individuais

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
31/07/2012 | 07:16
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O Grande ABC registrou, de janeiro a julho, a abertura de 12.724 empresas. O volume, embora expressivo, é composto em 63,3% pelo registro de empreendedores individuais, ou seja, quem fatura anualmente até R$ 60 mil, tem até um empregado, paga valor reduzido de tributos de R$ 31,10 (INSS, para garantir a aposentadoria), R$ 5 (caso de prestadores de serviço, que contribuem com ISS) e R$ 1 (caso de comércio e indústria, que pagam ICMS).

Os dados foram levantados pelo Empresômetro, Censo das Empresas e Entidades Públicas e Privadas Brasileiras, ferramenta digital criada pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário). Não há informações sobre fechamento de companhias.

Em outras palavras, mais da metade das companhias abertas neste ano nas sete cidades é composta por profissionais que atuavam na informalidade e decidiram trabalhar com CNPJ, nota fiscal e ter direito a abrir conta de pessoa jurídica no banco - fatores que dão mais credibilidade à realização da atividade do empreendedor. A maioria é cabeleireiro ou possui pequeno comércio varejista. O programa não aceita a inscrição de atividades que sejam regulamentadas - caso de representante comercial, advogado ou dentista.

O registro de 12.724 novas empresas na região é 3,3% superior ao montante de janeiro a julho de 2011, quando foram abertas 12.313 firmas. Dessas, 47,6% ou 5.871 eram EIs (empreendedores individuais). O número de EIs cresceu 37,3% em um ano. O movimento foi bastante semelhante ao do restante do País.

Na avaliação do presidente do IBPT, João Eloi Olenike, embora os dados sejam positivos, pois se trata de novas companhias, o crescimento se deu pela busca da formalização, e não decorre de empreendimentos mais produtivos, que requerem investimentos e geram empregos. "Não está havendo aumento no empreendedorismo no Brasil."

Segundo Olenike, são grandes entraves a alta carga tributária, hoje correspondente a 35,5% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, a falta de incentivos por parte do governo e as obrigações acessórias. "Mesmo com a queda dos juros, que não é tão expressiva assim, o País não está crescendo como se deve."

O presidente do IBPT destacou uma medida governamental que, em tese, deveria estimular a abertura de empresas mas, ao contrário, "assusta" quem quer investir. "A decisão de desonerar o INSS da folha de pagamento deveria vir sozinha, e não acompanhada da criação de outro imposto, sobre o faturamento, só para o governo não perder receita. Faturamento é venda, que pode ser que gere lucro ou não."

RANKING - No ranking das 100 cidades brasileiras que mais abriram empresas de janeiro a julho encontram-se três do Grande ABC. São Bernardo ficou em 25º lugar, com 4.112 companhias (alta de 5,8% ante 2011), sendo 2.558 empreendedores individuais. Santo André foi classificada na 33ª posição, com 3.570 empresas (4,9% a mais que no ano passado) e, dessas, 2.083 são EIs. Diadema figurou na 77ª colocação, com 1.859 firmas (expansão de 2,3% frente a 2011) e 1.351 EIs.

CONSULTA - O Empresômetro está disponível no site www.empresometro.com.br, e demonstra em tempo real o total de empresas abertas no período. A ferramenta utiliza dados divulgados pelas próprias empresas, Receita Federal, secretarias estaduais e municipais, Ministério do Desenvolvimento, Portais da Transparência e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

 




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