Economia Titulo Nível de renda
Região tem 5,5 veículos
para cada dez casas

Resultado aponta vigor econômico das sete cidades
do Grande ABC, uma vez que média estadual é de 4,4

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
24/11/2013 | 07:10
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Nario Barbosa/04.05.2012/DGABC


Comprar e manter um automóvel não é tarefa fácil para as famílias. Pagar o financiamento, a gasolina, o seguro e a manutenção pesam no bolso. No entanto, o Grande ABC se destaca em posse de carros para uso próprio, característica que reforça o desenvolvimento econômico da região. A cada dez residências nas sete cidades, 5,5 têm pelo menos um desses bens na garagem. Com isso, as famílias da região estão na frente do restante do Estado. Em média, nas 638 cidades, a cada dez domicílios, 4,4 têm um carro na garagem.

As informações são de cruzamento de dados feito pela equipe do Diário, com base no Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“Sobre a ótica econômica, mais uma vez a nossa região se mostra à frente do restante das cidades em desenvolvimento econômico”, avalia o gestor do Inpes-USCS (Instituto de Pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano), Leandro Prearo.

No entanto, o especialista acrescenta que a diferença entre o Grande ABC e a média estadual está cada vez menor. Prearo argumenta que o crédito facilitado gera mais oportunidades para as famílias comprarem seus veículos. E os juros dos financiamentos estão cada vez menores, considerando os últimos anos.

FINANCIAMENTOS

Levantamento da Cetip, que opera o banco de dados de créditos, aponta que em outubro, último resultado divulgado, 599 mil veículos foram financiados no País, expansão de 12% em relação a setembro.

Nos primeiros dez meses de 2013, foram 5,6 milhões de vendas a prazo. Para se ter noção da quantidade, é como se 3% dos brasileiros tivessem adquirido um veículo cada nesse período.

GASTOS

Prearo aponta que, em média, as famílias que possuem pelo menos um automóvel em casa na região também têm uma renda mensal superior àquelas que não detêm.

Com base na Pesquisa Socioeconômica do Inpes-USCS, a renda média familiar mensal dos domicílios que possuíam pelo menos um carro na garagem na região era de R$ 4.241. O valor é 126% maior do que a média das famílias que não têm um veículo, que era de R$ 1.872.

O gasto médio para manter um veículo explica a diferença entre a renda familiar dos grupos citados. Tendo em vista que sua posse está bem atrás em prioridade quando relacionada aos alimentos, higiene e vestimenta, dificilmente as famílias menos abastadas gastariam quase 60% do orçamento para passear motorizadas.

Diretor da ADK Consultoria Automotiva, Paulo Roberto Garbossa explica que, sem considerar o financiamento, um carro popular custa entre R$ 400 e R$ 600 por mês. “É preciso considerar o seguro, a manutenção, a lavagem, o estacionamento e o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores).”

Pelos cálculos do especialista, um automóvel popular, no valor de R$ 30 mil, geraria um valor aproximado de R$ 1.500 por ano para a seguradora, R$ 1.500 de IPVA e os custos de estacionamento, lavagem e manutenção. “No fim das contas, algo em torno de R$ 6.000 no ano, diluído em meses (12), sairia por R$ 500.”

Cabe ainda considerar o financiamento, que acrescentaria, no mínimo, R$ 400 nos gastos mensais.

“E a gasolina vai depender da utilização. Se o proprietário mora em São Paulo e trabalha em Campinas, por exemplo, vai gastar uma fortuna por mês com combustível”, afirma Garbossa.

Pesquisa recente realizada pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) revela que os motoristas paulistanos de carro flex consomem, em média, R$ 254 por mês. Cerca de 50% deles têm gasto entre R$ 151 e R$ 300.

Desta maneira, a manutenção de um veículo para uso particular sai, em média, por R$ 1.200 por mês. Garbossa acrescenta que se a família decidir ter o segundo e terceiro veículo, esses demandarão os mesmo custos do primeiro.

SÃO CAETANO

São Caetano é o município da região com maior número de automóveis para uso próprio da região por família. A cada dez domicílios, sete têm um veículo na garagem. A cidade também é a quarta colocada no ranking estadual. Está atrás de Valinhos (7,16), Paulínia (7,16) e Vinhedo (7,08).

A menor cidade em área da região, com 15,8 quilômetros quadrados, também é dona da maior diferença de renda mensal entre as famílias que têm pelo menos um veículo, que registram R$ 5.629 em média, e aquelas que não possuem, cujo valor está em R$ 2.063.

Santo André é dona do segundo lugar da lista da região, com 6,31 veículos para cada dez domicílios. No ranking estadual, o município é o 31º colocado. As famílias que não têm veículos têm remuneração média de R$ 2.183, enquanto aquelas que têm pelo menos um meio de transporte registram R$ 4.696.

Em terceiro lugar aparece São Bernardo. São 6,15 veículos para cada dez famílias. A renda média mensal do domicílio que possui um veículo é de R$ 4.682. Na outra ponta, a remuneração é de R$ 1.924.

Os dados são do Censo 2010 do IBGE e da Pesquisa Socioeconômica do Inpes-USCS.




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