Na segunda-feira, os 250 funcionários da metalúrgica Prysmian, de Santo André, vão cruzar os braços por tempo indeterminado. A paralisação é decorrente da falta de acordo com a empresa para o pagamento do abono salarial (o chamado plus, geralmente negociado após as campanhas). “Pode ser que a companhia apresente, logo no início do primeiro turno (às 6h) uma contraproposta. Neste caso, vamos analisar. Caso contrário, a greve é certa, até porque encaminhamos à empresa aviso de paralisação no dia 11 e, até o momento, nada”, conta o diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, José Roberto Vicaria, o Jacaré.

Segundo ele, o abono é um benefício que o sindicato, junto com a Prysmian, tem acordado, sem grandes problemas, nos últimos anos. Em 2011, por exemplo, a categoria recebeu R$ 1.600. Já no ano passado, o acordo fechou em R$ 1.000 de abono mais o direito ao tíquete-alimentação, pago mensalmente, até hoje, no valor de R$ 100. “Por que agora seria diferente?”, questiona o dirigente sindical.

Para este ano, a categoria pleiteou R$ 2.000 de abono. “A negociação do bônus também foi barrada na planta da empresa instalada em Sorocaba (Interior). Os dirigentes sindicais de lá contaram que a companhia está ‘segurando’ o pagamento desse benefício também, e que até cerca de 30 demissões aconteceram. Todos nós estamos muito descontentes”, enfatizou Jacaré.

O Diário contatou a companhia para falar sobre o assunto, no entanto, a Prysmian preferiu não se pronunciar. Vale lembrar que a metalúrgica produz cabos especiais, de alta-tensão, utilizados por empresas como Eletropaulo e Petrobras.

REAJUSTE - No dia 25, o sindicato da categoria fechou reajuste salarial de 8% com as firmas que compõem sua base. Naquele momento, a direção sindical deixou claro que iniciaria as negociações sobre abono salarial individualmente, empresa por empresa.