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Unidade de Saúde entrega remédio errado a paciente

Dona de casa recebeu comprimidos para infecção respiratória, mas tem diabetes

Guilherme Monfardini
Especial para o Diário
22/11/2013 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


A dona de casa Maria Cristina Rodrigues, 46 anos, acusa os funcionários da US (Unidade de Saúde) do Jardim Irene 1, em Santo André, de fornecer medicamento errado para a paciente. Ao invés de receber os comprimidos para diabetes que constavam na receita apresentada na unidade de Saúde, foi entregue a ela remédio para infecção pulmonar. A Prefeitura nega o erro.

No dia 25 de outubro, Maria Cristina procurou a farmácia da US para buscar metformina para a diabetes. “Peguei o remédio que me deram, mas não entendo nada de farmácia. Achei que estava certo.”

O medicamento que foi entregue a ela, porém, foi o sulfametoxazol trimetoprima, indicado para infecções respiratórias. As embalagens de ambos são semelhantes e Maria Cristina não percebeu o erro: ingeriu os comprimidos por 20 dias achando que seguia o tratamento para diabetes.

Médicos ouvidos pela reportagem do Diário afirmaram que para a retirada do remédio, a paciente precisava de uma receita dupla e carbonada, o que a dona de casa disse não ter. Maria Cristina só percebeu que havia algo errado depois de 20 dias. “No sábado comecei a passar mal. Senti dor de cabeça, náusea, fraqueza e até palpitação. Fui deitar e pedi para minha filha pegar o remédio. Só então ela percebeu que não era o que eu costumo tomar.”

A dona de casa tentou registrar um boletim de ocorrências, mas foi informada que não há como registrá-lo nesses casos. Antes, porém, Cristina foi até uma farmácia para saber os riscos que correu ao tomar a substância errada. “O funcionário pegou um livro com as informações do remédio e disse que eu podia tomá-lo no máximo por sete dias.”

A irmã de Cristina, Sandra Rodrigues, 57, contou que a família ficou muito preocupada com as informações da farmácia. A mulher foi até o posto de Saúde fazer uma reclamação, e foi informada que o funcionário receberia uma advertência verbal. “Isso é um absurdo. É uma vida. Eu poderia ter morrido”, disse. Especialistas explicam, porém, que a ingestão do remédio por 20 dias não traz riscos graves, mas pode agravar a diabetes.

Procurada, a administração informou que no dia 25 a paciente pegou o remédio para diabetes na US e, no dia 28, ela foi à UPA com queixas de dor de garganta e retirou medicamentos também por lá, o que ela nega. “Fui à UPA, mas não retirei nada”, garante Maria Cristina, que pretende levar o caso à Justiça.  




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