Levantamento do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) em parceria com a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) revela que a maioria dos consumidores brasileiros gostaria de ganhar de presente de Natal computadores, notebooks e tablets. Mas na hora de planejar os gastos, segundo a Pesquisa Intenção de Compras para o Natal 2013, o orçamento foi levado em conta e a intenção é presentear com mimos de menor valor, como roupas e calçados.

Essa situação se encaixa com os padrões dos consumidores da região, destacou o professor de Economia Sandro Maskio, da Universidade Metodista de São Paulo. Coordenador do Observatório Econômico da instituição de ensino e responsável pelo desenvolvimento da PIC (Pesquisa de Intenção de Compras)do Grande ABC, ele disse que, no Natal de 2012, a pretensão da população das sete cidades foi bem parecida com o resultado do estudo do SPC e da CNDL.

“As pessoas almejam presentes caros. Mas na hora de pensar em comprar para os outros, elas olham para o orçamento para ver se cabe”, explicou Maskio.

A economista do SPC Brasil Luiza Rodrigues destacou que os produtos desejados estão fora da intenção de compra da maioria dos entrevistados, principalmente, porque eles pretendem gastar, em média, R$ 400 com todos os mimos. “Isso tem muito a ver com a capacidade de compra.”

O ajudante geral andreense Edilson dos Santo Andrade, 34 anos, brincou que para ele o ideal seria ganhar um presente de quatro rodas e motorizado, de Natal. “Eu queria um carro”, disse. Mas pontuando que não há parente ou amigo que tenha poder aquisitivo suficiente para lhe agradar de tal maneira, avaliou que um celular moderno seria ideal.

Por outro lado, como a pesquisa do SPC Brasil demonstrou, Andrade não pretende gastar tanto para presentear. Mas garantiu que o presente será de coração. “Vou comprar roupas para a minha filha.” A garota, de 9 anos, ainda não sabe, mas se depender da intenção do pai, será presenteada com cerca de R$ 200 em peças. “Pretendo pagar à vista. Aprendi na dificuldade a não usar crédito. Já tive o meu nome sujo”, revelou o auxiliar.

Conforme a pesquisa do SPC Brasil, 57% dos brasileiros pretendem pagar os presentes de Natal com dinheiro. No ano passado, no Grande ABC, lembrou Maskio, 43% tinham esse mesmo objetivo, o que indica que o percentual pode subir na região, neste ano.

A profissional de limpeza Márcia Maria da Silva, 36, moradora de Mauá, tem outra opinião sobre o que gostaria de ganhar. “Apenas saúde.” Mas, sorridente, acrescentou que se recebesse um celular novo, para trocar o seu que considera antigo, não seria uma má ideia.

No entanto, quando o assunto é comprar, ela foi direta em garantir que pagará à vista uma televisão para o seu filho. “Vou juntar dinheiro e dar o presente de Natal atrasado, em janeiro. Ele quer utilizar para colocar os joguinhos (de videogame) dele”, disse Márcia. Aline Andrade de Souza, 21, de São Caetano, tem a mesma opinião. Quer gastar cerca de R$ 300, à vista, com presentes ao marido e ao filho.