Rejeitada três vezes pelos profissionais da Educação de São Bernardo, a polêmica proposta de Estatuto do Magistério foi protocolada pelo prefeito Luiz Marinho (PT) para votação na Câmara.

No dia 8, durante assembleia, a maioria dos educadores rejeitou a proposta, reiterando a posição contrária demonstrada em consultas realizadas no fim de 2012 e em maio deste ano.

Por causa do feriado da Proclamação da República, a propositura chegou ontem aos gabinetes dos vereadores, sem que uma cópia da lei fosse encaminhada ao Sindserv (Sindicato dos Servidores Municipais).

O presidente da entidade, Giovani Chagas, repudiou a atitude do governo petista. “Isso é ruim. Fragiliza a confiança para as reuniões da mesa de negociação permanente com o governo”, declarou o sindicalista.

Segundo ele, o professorado voltará à Câmara na quinta-feira na tentativa de convencer os vereadores a não votarem o projeto. “Estamos abertos ao diálogo com o governo, mas o projeto não pode ser aprovado do jeito que está”, reiterou o sindicalista.

O ponto mais polêmico das mudanças que a Prefeitura pretende efetuar com o estatuto é o fim do concurso público para os cargos de diretores de escola, coordenadores pedagógicos e supervisores de ensino. Com a reformulação, para ocupar esses cargos, os profissionais seriam indicados pelo Paço e remanejados da própria rede municipal.

Desse modo, servidores ligados à secretária de Educação, Cleuza Repulho – que encontra resistência em algumas escolas –, podem ter vantagem para subir de cargo.
“Essa atitude vai instituir um cabide de emprego na Pasta da Educação”, criticou o vereador oposicionista Julinho Fuzari (PPS).

Na semana passada, professores relataram sofrer pressão para aderir a abaixo-assinado para que o Sindserv realizasse outra consulta sobre o estatuto.
Apesar das 2.400 adesões apresentadas pela Prefeitura, a direção do sindicato afirma que só realizará nova assembleia se o Executivo encaminhar proposta diferente.