Economia Titulo Sindicatos
Greve na Bartira termina
com 100 pessoas demitidas

Moveleira fabricante exclusiva da Casas Bahia
justifica cortes por descumprimento de ordem

Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
12/11/2013 | 07:07
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Denis Maciel/DGABC


A greve na Indústria de Móveis Bartira, fabricante exclusiva da Casas Bahia, chegou ao fim ontem, após sete dias de paralisação, o que pode ter reduzido a produção em cerca de R$ 21 milhões. No entanto, segundo os colaboradores e o Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores da Indústria da Construção e Mobiliário Solidariedade, a empresa demitiu, de sábado para cá, cerca de 100 funcionários.

A mobilização ocorria mesmo após a Justiça ter determinado o fim da greve, na quinta-feira. Mas, os operários preferiram forçar a companhia a alterar a metodologia da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para valor unificado ao manter o ato. Ontem à tarde, após cinco votações em assembleia, tendo em vista que quatro foram consideradas empate, na porta da empresa, em São Caetano, os trabalhadores aceitaram a oferta da Bartira.

Como o sindicato negocia o valor da segunda parcela do benefício, o acordo foi de que essa fatia seja igual a todos os funcionários, no valor de R$ 1.500. Antes, seria a metade de R$ 1.813 mais 44% do salário. No caso de um auxiliar remunerado mensalmente em R$ 1.050, por exemplo, a metodologia antiga geraria valor de R$ 1.137.

Porém, muitos demitidos estavam insatisfeitos com a posição do sindicato. Eles criticaram a falta de poder de negociação, tendo em vista que a moveleira cortou os seus contratos, muitos por avisos enviados por telegrama, que chegaram nas suas residências no sábado. A equipe do Diário ouviu vários deles, que preferiram não se identificar. Eles estavam inconformados por terem perdido o emprego lutando para ajudar o chão de fábrica.

O presidente do sindicato, Edison Luiz Bernardes, disse que a companhia apresentou como motivo para os cortes as faltas injustificadas. “E disseram que não voltariam atrás.”

Por nota, a Bartira confirmou as dispensas, mas não revelou o número exato. “A empresa confirma que foram realizadas demissões tendo em vista o descumprimento de ordem judicial (para o fim da greve).” Sobre a PLR, afirmou que fechou acordo e os funcionários voltaram ao trabalho no fim da tarde de ontem.

Segundo Bernardes, o sindicato tentará reverter as demissões sentando à mesa com a Bartira. “Se não conseguirmos, vamos tentar solucionar isso na Justiça”, garantiu.

Diretor da entidade, Paulo dos Santos, o Paulão, disse que o acordo não foi uma vitória, considerando os trabalhadores que ficaram desempregados. “Mas, a guerra não terminou.” Ele conduziu a maior parte da assembleia de ontem.

Colaborou Yara Ferraz
 




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