Se a eleição presidencial fosse hoje, a ex-senadora Marina Silva (PSB) venceria a atual comandante do Palácio do Planalto, Dilma Rousseff (PT), no Grande ABC. Em um dos cenários apresentados no levantamento estimulado, Marina tem 30,9% das intenções de voto, enquanto Dilma chega a 29,7%. Aécio Neves (PSDB) fica em terceiro, com 15,4%.

Ainda que dentro da margem de erro, de 1,9 ponto percentual, o resultado do levantamento obtido pelo instituto DGABC Pesquisas é simbólico pelo fato de a chefe da Nação perder na região onde seu partido nasceu. Outro fato que deixa o desempenho ainda mais curioso é que as sete cidades formam a região em que a Rede Sustentabilidade teve o maior número de fichas rejeitadas pelos cartórios eleitorais (52% das 20 mil rubricas enviadas), quando a ex-senadora tentou oficializar a sigla.

No cenário mais provável, no entanto, com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) no lugar de Marina, Dilma lidera com 34,6%. Aécio aparece em segundo, com 18,8% e o socialista, 10,5%. Considerados somente os votos válidos – sem brancos e nulos (26,2%) e os que não souberam dizer em quem votaria (9,9%), a região daria vitória à petista no primeiro turno, com 54,2%.

A sondagem revela que, com Marina no jogo, os índices de brancos e nulos diminuem para 17,1% e de indecisos cai para 6,9%. O senador tucano de Minas Gerais também perde votos. Fatores que colocam a socialista na liderança da pesquisa com eleitores do Grande ABC.

ESPONTÂNEA

Quando não são apresentados os cartões com os nomes dos candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff lidera com 14,9% das intenções de voto para sua tentativa de reeleição.

O levantamento mostra o ex-presidente Lula em segundo lugar, como sombra da ex-ministra que chegou à principal cadeira pública do País pelas mãos e esforço do ex-metalúrgico de São Bernardo. Exatamente como está o panorama político hoje: se a economia não alavancar e seu nome não decolar nas pesquisas, Lula entra em campo como capitão para encabeçar a chapa petista. Ele tem 7,3% da preferência dos eleitores locais.

Na terceira posição da amostra espontânea está Marina Silva, com 4,5%. A seguir, três tucanos. Aécio Neves vem na quarta posição, com 3,4%. Na sequência estão o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), com 1,4%, mesmo percentual do ex-comandante do Palácio dos Bandeirantes José Serra (PSDB), que ainda não definiu seu futuro.

Eduardo Campos é o sétimo mais citado na região, com 1,1%. O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, foi lembrado por 0,7% dos entrevistados. O ministro do Supremo ainda não tem partido – tem prerrogativa especial para se filiar até dia 5 de abril de 2014 – e não descarta participar do pleito.

Foram entrevistadas 2.800 pessoas, entre os dias 4 e 7.

Petista só ganha em Rio Grande

A estratificação da pesquisa presidencial por cidade mostra que Dilma Rousseff só vence Marina Silva em Rio Grande da Serra. A petista tem 35,1% das intenções de voto, enquanto a socialista, 32%. Na cidade gerida pelo tucano Gabriel Maranhão, no cenário sem a ex-senadora a presidente possui 40,4%, Aécio Neves 14,5% e Eduardo Campos, 10,9%.

O maior índice de eleitores de Marina está em Mauá, onde atinge 40,3%, contra 30,5% de Dilma e 10,8% de Aécio. A menor diferença está em São Bernardo: a ex-senadora tem 30,9% e a chefe da Nação, 29,1%. Margem pequena, mas de vulto, por ser no quintal de Lula.

Ainda no panorama com Marina fora da eleição, Dilma bate os adversários em seis cidades. Menos em São Caetano, onde Aécio Neves lidera com 26,3% das intenções de voto. A petista vem em segundo, com 20,8%, e Campos em terceiro, com 10,5%.

O pernambucano, aliás, fica na terceira posição em cinco municípios da região. O socialista sobe uma posição em Diadema (tem 15% ante 41,8% de Dilma) e Mauá (recebe apoio de 15,8% do eleitorado, atrás da presidente, com 36,5%).

Na espontânea, Lula só não está entre os três primeiros em São Caetano, onde é o quarto (2,8%). Lá, Dilma (7,3%), Aécio (6%) e Marina (4,3%) se destacam.

Aprovação cai, rejeição sobe

A avaliação positiva do governo Dilma Rousseff caiu e os índices de rejeição subiram em todas as cidades do Grande ABC. É o que constata a segunda rodada de análise do eleitorado sobre a administração federal. A aprovação do governo petista é de 32,4%, com 5,3% de ótimo e 28,1% de bom. São 27,7% que acham o desempenho regular. A reprovação atinge 38%, sendo 16,5% de ruim e 21,5% de péssimo.

O menor índice de aprovação está em São Caetano, assim como o de rejeição. Uma fotografia de que o município ainda não digere bem o PT, apesar dos esforços das lideranças municipais da legenda. A aprovação da chefe da Nação na cidade de maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil, única que o PT nunca governou na região, é de 24,1%, com 6,3% de ótimo e 17,8% de bom. A reprovação chega a 44,5%, sendo 13% de ruim e 31,5% de péssimo.

O melhor desempenho positivo está em Ribeirão Pires, onde Dilma tem 42,3% de aprovação, com 5% de ótimo e 37,3% de bom. A menor rejeição da presidente é do eleitorado de Rio Grande da Serra: 31,3%, com 13,1% de ruim e 18,2% de péssimo.