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Saulo Benevides estuda hidroporto em Ribeirão Pires

Depois do aeroporto em Mauá e terminal em S.Bernardo, espaço para hidroaviões é o sonho da vez na região

Renan Matavelli
do Diário do Grande ABC
08/11/2013 | 07:17
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 Após cogitação da construção de um aeroporto em Mauá e de possibilidade, em trâmite, de abertura de terminal aéreo de cargas em São Bernardo, o Grande ABC agora discute a chance de acolher um hidroporto. Está nas mãos do prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), proposta de empresários para instalação de um terminal de hidroaviões e um helicentro, projetos que seriam custeados pela iniciativa privada.

A articulação das sugestões desses empreendimentos foi feita pelo líder do governo Saulo na Câmara, vereador Hércules Giarola (Pros), e envolvem R$ 44 milhões em futuro investimento, incluindo construção do espaço, equipamentos e aeronaves, todos importados da Rússia.

O hidroporto serve como suporte operacional para aviões que pousam tanto em terra quanto em água e para helicópteros com torres de controle, monitoramento de tráfego aéreo. O helicentro, além de acolher embarque e desembarque de aeronaves, ofereceria serviços especializados de manutenção, eventos e até hangares.

A proposta, tida por muitos como utópica, é assinada pelas empresas: uma responsável pela parte de engenharia e desenvolvimento tecnológico, outra por suporte operacional. As companhias veem Ribeirão Pires como cidade estrategicamente localizada para construção de terminal auxiliar aos aeroportos de Congonhas e Cumbica, uma vez que o município tem acesso ao Porto de Santos e ao Interior, após término do Rodoanel (o Trecho Leste terá ligação na cidade).

Diretor da Integra Holding, uma das companhias interessadas, Edson Andrade garante ter aval de todas as instituições jurídicas e executivas para aplicação do projeto. “Temos o parecer legal da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), da Capitania dos Portos e da Marinha, já que é um projeto baseado em estudo de impacto ambiental e sustentabilidade”, afiança o empresário, ressaltando a agilidade. Em São Bernardo, porém, o prefeito Luiz Marinho (PT) ainda batalha pela rubrica da Anac para levar adiante seu projeto de aeroporto na região do Rodoanel.

Três áreas são aventadas pela Prefeitura de Ribeirão para oferecer aos empresários. Os espaços, segundo Andrade, não têm dimensão necessária para acolher o hidroporto e o helicentro, além de possuir problemas judiciais. “Poderíamos enfrentar problemas ambientais, por isso, estudamos também a criação de consórcio privado.”

O governo Saulo acenou positivamente com a construção dos terminais. Secretário de Assuntos Estratégicos de Ribeirão Pires, Carlos Lima já faz projeções de negócios caso a construção saia dos sonhos do prefeito e dos empresários. “As atividades do petróleo vão intensificar a economia e os empresários terão de ter um ponto de apoio entre o porto e a Capital. Sugerimos que no helicentro tenha estrutura de reuniões e conferências para dar suporte neste tipo de serviço e, além disso, ponto de apoio para manutenção (dos hidroaviões).”

Especialista prevê que Infraero e Anac não vão se opor ao projeto

Consultor em Habitação e Infraestrutura de Transporte, Edgard Brandão Júnior acredita que Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) não vão se opor ao projeto de construção de hidroporto e helicentro em Ribeirão Pires.

“Tudo indica nenhum problema cairá ao projeto, já que o impacto ambiental é muito pouco. É até uma medida sustentável”, avaliou Brandão, que foi superintendente Infraero.

Apesar do otimismo dos empresários, do prefeito Saulo Benevides (PMDB) e até de especialista, a proposta está inclusa em projetos mirabolantes para o transporte aéreo do Grande ABC.

Em 2007, o ex-prefeito de Mauá Leonel Damo (PMDB) chegou a oferecer área à Infraero para construção de aeroporto na cidade, em terreno no bairro Sertãozinho. O sonho não avançou.

Agora é a vez do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), tentar emplacar aeroporto em seu município. Ele corre atrás de incentivo privado e aval da Anac.




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