O empresário José Vieira da Rocha, dono da Rochamar Construções e procurador da Comercial Nova Rochamar, resolveu entrar definitivamente em rota de colisão com seu ex-aliado Diniz Lopes (PR), superintentendente da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá).

Ele ingressou justamente na legenda da maior rival de Diniz, a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB-Mauá), que disputará o comando do Paço em 2012. Vieira pretende disputar cadeira na Câmara no ano que vem.

O dono da Rochamar acusa o político mauaense de ter falsificado recibo de doação eleitoral na campanha de 2010, quando Diniz tentou se eleger deputado estadual. Vieira também afirma que a contratação emergencial irregular da Nova Rochamar, feita pela Sama no ano passado, foi realizada com documentos da empresa montados na autarquia municipal.

O empresário assegura que sua entrada no PMDB não teve caráter de vingança a Diniz. "Não tenho nada contra ele e sim contra as atitudes dele. O Diniz tentou destruir meu nome e a minha empresa. Mas minha entrada na política não foi motivada por isso. Não temo que alguém me acuse disso durante a campanha", garantiu o empresário.

DISCURSO
"Quero entender melhor a política estando lá dentro. Quero saber por que a Prefeitura de Mauá não faz nada", afirmou o procurador da Nova Rochamar, já em tom de campanha. Será a primeira empreitada eleitoral de Vieira, que o mais próximo que chegou de uma disputa política foi na doação de R$ 37,1 mil a Diniz em 2008, quando o atual superintendente da Sama tentou ser eleito prefeito.

Vieira diz que foi procurado por outras siglas, incluindo o PT. "Fui procurado por vários partidos. Não foi só o do prefeito. Mas entendi que a melhor opção era mesmo o PMDB, que me garantiu legenda para disputar vaga na Câmara."

A direção municipal da legenda acredita em eleger cinco vereadores em 2012, tendo como principal puxador de votos o ex-prefeito Leonel Damo (PMDB), pai de Vanessa. Na próxima legislatura, a Câmara de Mauá passará das atuais 17 cadeiras para 23 vagas.

A relação entre Diniz e Vieira azedou quando o empresário foi notificado pelo Tribunal Regional Eleitoral por supostamente ter doado ao político, no ano passado, valor acima do limite. Por conta disso, pode ser punido com multa de R$ 1 milhão. Vieira, então, negou a doação e entrou com ação contra Diniz por, segundo ele, falsificar sua assinatura no recibo eleitoral.

Procurado novamente ontem, Diniz não respondeu aos recados deixados na caixa postal de seu celular.