Diante de requerimento protocolado pela oposição, encabeçada pelo vereador Luiz Zacarias (PTB), o governo Carlos Grana (PT) apresentou planilha que consta 18 linhas de acesso – sendo oito municipais e dez intermunicipais – ao futuro Poupatempo de serviço na cidade, dentro do Atrium Shopping, na Avenida Giovanni Battista Pirelli. A ala contrária à gestão petista reclama da falta de detalhamento sobre a decisão, recomendada pelo petista e acatada pelo governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB).

O documento de Zacarias foi oficializado na sessão de ontem, solicitando informações em relação ao estacionamento, impacto de vizinhança e se haverá custos para a Prefeitura. Referindo-se ao acesso, o secretário de Gabinete, Tiago Nogueira, alegou que esse problema levantado pelo grupo caiu por terra. “São 18 linhas que passam em frente ao shopping, aqueles que nem precisam do benefício do programa do Bilhete Único”, disse, acrescentando que o local fica a quatro minutos do Centro.

O petista afirmou que o Segundo Subdistrito não será prejudicado com a mudança de espaço – anteriormente seria implantado no terreno da Rhodia, travado em processo de desapropriação na Justiça desde 2010. Segundo Tiago, o equipamento estadual será atendido pelas linhas de Utinga, Ana Maria e Capuava, além de bairros populosos como Vila Luzita, Palmares e Bom Pastor. “Não há argumento (de problemas no acesso), não haverá dificuldade como estão tentando colocar.”

Alckmin prometeu a reativação da Estação Pirelli, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), perto do shopping, para diminuir os problemas de locomoção e trânsito. A estimativa é que 3.000 pessoas utilizem diariamente os serviços do Poupatempo. “A Câmara tem de receber explicações, os motivos da mudança, ter ciência de todas as vias de acessos. Vamos convidar prefeito ou secretários para prestar esclarecimentos”, frisou Zacarias.

Para Tiago, o pagamento de R$ 8,3 milhões à vista, em juízo, durante a gestão Aidan Ravin (hoje no PSB, 2009-2012), pela área da Rhodia é o objeto que merece apuração. “A própria perícia judicial considerou o valor superestimado. Se jogar a taxa Selic (do Banco Central) em cima desse montante daria próximo de R$ 2 milhões. Por outro lado, o terreno ainda está parado. Isso é irresponsabilidade.”