O presidente estadual do PSB, deputado federal Márcio França, teve de intervir para evitar debandada de ao menos 20 filiados do diretório de Diadema, entre eles o secretário-geral da sigla, Brasil da Silva Gomes, e do ex-vereador Antônio Rodrigues.

Na terça-feira, França se reuniu com líderes dos descontentes na executiva municipal para apagar o princípio de incêndio na legenda. E, como solução, disse que vai apostar em dobrada de candidatos do município, com o vereador Vaguinho do Conselho a deputado estadual e o empresário Jadir Riato a federal.

A montagem servirá para afagar o grupo de Brasil e Rodrigues – adeptos à candidatura de Riato – para evitar desfiliação em massa às vésperas do prazo final de filiação com vistas à eleição do ano que vem.

A dobrada, no entanto, servirá como paliativo à iminente crise no PSB municipal. Embora contemplado com a candidatura de Riato, Brasil da Silva Gomes já anunciou que será candidato à presidência do partido, em eleição marcada para março. Seu projeto vai conflitar com outros já costurados, como do vereador Célio Boi. O atual presidente Manoel José da Silva, o Adelson, não pretende disputar reeleição, mas seu grupo pode encorajá-lo a concorrer ao comando da legenda pela sexta vez.

“Só não saí do PSB por causa da candidatura de Jadir. E não vou retirar minha candidatura à presidência do partido”, afirmou Brasil, que tem atuação política no meio esportivo.

TURBULÊNCIA
A crise no PSB de Diadema se intensificou quando Adelson aceitou convite do prefeito Lauro Michels (PV) para ocupar a chefia da Secretaria de Segurança Alimentar, a despeito de a legenda ter indicado o vice – com Gilson Menezes – na chapa do petista Mário Reali, que não conquistou a reeleição no ano passado.

Adelson preferiu levar consigo uma advogada e um motorista, preterindo nomes políticos da legenda para integrar a administração verde. A opção revoltou vários candidatos a vereador da sigla. Serviu também para aumentar a turbulência de declarações de Lauro contra alguns socialistas – Rodrigues e Frank Miller foram citados como representante que ele não queria ver em seu governo.