Política Titulo Naufragou
Rede: 11% das assinaturas rejeitadas são do ABC

Rede não alcançou número mínimo de fichas; 95 mil
foram anuladas no País, 10.655 no Grande ABC

Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
04/10/2013 | 07:05
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O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) rejeitou o pedido de registro da Rede Sustentabilidade, partido idealizado por Marina Silva. Agora, para se candidata à Presidência da República como pretende, a ex-senadora terá de ingressar numa agremiação já existente. Ela tem convite do PPS, mas o caminho pode ser o PEN – decide seu futuro hoje.

Segundo a relatora do processo no TSE, ministra Laurita Vaz, a Rede cumpriu todos requisitos para o registro de partido, exceto a entrega do número mínimo de apoios validados pelos cartórios. O voto dela foi seguido pela maioria dos ministros. Foram seis votos a um. O único favorável foi Gilmar Mendes.

Para o tribunal, a legenda comprovou ter o apoio de 442.524 pessoas, cerca de 50 mil a menos do que o exigido por lei. Segundo o advogado da Rede, Torquato Jardim, 95 mil assinaturas foram rejeitadas sem justificativa pelos cartórios eleitorais. Dessas, 10.655 em cinco das sete cidades do Grande ABC. Ou seja, pouco mais de 11,2% de todas fichas da sigla foram desqualificadas por zonas eleitorais de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá. Gilmar Mendes, inclusive, citou o alto índice de descarte da região em sua argumentação.

O Diário teve acesso à planilha de dados dos organizadores da Rede nesses municípios (veja arte ao lado). Os colaboradores recolheram em torno de 50 mil adesões, fizeram triagem e levaram aos cartórios 20.282. Nos cinco municípios foram rejeitados 52% dos apoios. Houve zonas em que a negativa chegou a 78%.

Lideranças nacionais da Rede dizem que os cancelamentos têm interesse político, principalmente do PT, que vê em Marina Silva – em segundo lugar nas pesquisas – a grande ameaça à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Por isso, a maior parte de rejeições das fichas ocorreu no Grande ABC, berço do petismo, e em Brasília, dominada pelo partido de Lula há quase 11 anos.

Para Cíntia Alves, chefe da 365ª zona eleitoral de Mauá, que anulou 72% dos apoios, é desrespeito com os funcionários públicos falar em partidarização na análise das assinaturas. “Temos um protocolo a cumprir. Verificamos se o eleitor é do nosso cartório, se está com suas obrigações eleitorais em dia, conferimos os dados e depois avaliamos as assinaturas.

Ocorreram rejeições por todos esses quesitos. É um absurdo dizer que há tendência política no nosso trabalho, que é sério, feito por servidores concursados, sem filiação partidária, competentes e que estão há anos fazendo esse serviço”, discorreu Cíntia.

Cássio Martinho, porta-voz da Rede, disse ao Diário que o trabalho para oficializar o partido continua. Até novembro deve estar apto a participar do pleito de 2016. Disse que não há plano B para Marina. “O projeto da Rede não termina aqui. Agora vamos analisar o que é melhor para participar do debate do ano que vem.”
 




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