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Bancários entram no quinto dia útil de greve e reclamam de falta de respeito

Ontem, foram fechadas na região 160 agências e 2.100 funcionários cruzaram os braços

Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
25/09/2013 | 07:07
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“O sentimento do bancário é de uma falta de respeito (dos bancos) com a categoria”, desabafou o presidente do Sindicato dos Bancários do Grande ABC, Eric Nilson. Hoje, esses trabalhadores entram no quinto dia útil de greve pela campanha salarial. Enquanto aguardam uma contraproposta de reajuste dos salários da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), a categoria vai às ruas do Centro de São Bernardo, às 15h, em manifesto para chamar a atenção da população para as reivindicações.

Ontem, no Grande ABC, 2.100 funcionários das instituições financeiras cruzaram os braços e não deixaram que 160 agências bancárias abrissem as portas, ou seja, 35% do total da região. Em relação à segunda-feira, que foi o terceiro dia da greve, houve acréscimo de 8% no número de unidades sem atividades (eram 108). Nilson garantiu que o movimento será ampliado hoje.

Segundo o presidente do sindicato, a falta de respeito dos bancos com a categoria se dá pelo motivo que os trabalhadores rejeitaram a proposta da Fenaban, de aumento salarial de 6,1%. “As instituições que devem nos procurar. No entanto, mesmo com a greve, elas falam para a imprensa que estão abertas à negociação e não entram em contato”, explicou.

Os bancários lutam pelo reajuste salarial com reposição da inflação mais 5% de aumento real. No total, eles pedem expansão de 11,93%. Também reivindicam PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de três salários mais R$ 5.553,15, piso de R$ 2.860,21, auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta básica e auxílio-creche/babá de R$ 678 por mês.

ABUSO - Fora da área econômica, a pauta dos bancários prevê melhorias laborais como o fim das metas abusivas e do assédio moral, que garantem existir na maioria das instituições financeiras.

Além disso, eles gostariam que os bancos encerrassem um período de demissões iniciado no ano passado. Em 2012, 657 trabalhadores foram demitidos nas agências da região. Neste ano, foram 459.

A Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro – Central Única dos Trabalhadores) é a responsável pelas negociações do acordo coletivo da categria. Mas desde o início da greve, não foi mais contatada pelos bancos para novo encontro.

A Fenaban confirmou a informação e disse que “aguarda posição do sindicato sobre a proposta global contendo reajuste salarial de 6,1%, que corrigirá salários, pisos e benefícios”.

A federação concluiu que “será mantida a fórmula de participação nos lucros, com correção dos valores fixos e de tetos em 6,1%”. Com isso, o piso salarial para bancários que exercem a função de caixa passará para R$ 2.182,36 para jornadas de seis horas. Entre outros benefícios, estão previstos reajuste do auxílio-refeição, que sobe para R$ 22,77 por dia; a cesta alimentação passa para R$ 390,36 por mês, além da 13ª cesta básica no mesmo valor e auxílio-creche mensal de R$ 324,89 por filho de até 6 anos.

Ontem estiveram fechadas, em todo o País, 9.665 agências.

BALANÇO - Amanhã, às 17h, os bancários vão se reunir na sede do sindicato, em Santo André, para avaliarem os resultados da greve. “Também vamos definir os próximos passos da campanha”, explicou Nilson.

Isso ocorrerá porque horas antes, às 14h, a Contraf realizará uma reunião e passará novos direcionamentos aos sindicatos regionais.
 




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