Política Titulo Estremecimento
Ferro não é unanimidade para regional tucana

Proximidade do ex-vereador de S.Bernardo com PPS irrita lideranças do PSDB do Grande ABC

Raphael Rocha
23/09/2013 | 07:29
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Nario Barbosa/DGABC


A proximidade do ex-vereador Admir Ferro com o PPS provoca estremecimento numa candidatura até então tranquila para a coordenação regional do PSDB. Nos sete diretórios do tucanato no Grande ABC surgem, a cada dia, focos de insatisfação pela aliança do ex-parlamentar com populares-socialistas.

Ferro dirige a Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo), vinculada à Secretaria do Estado de Gestão Pública, setor comandado por Davi Zaia, presidente estadual do PPS. O tucano também foi vice na chapa encabeçada por Alex Manente (PPS) na corrida eleitoral do ano passado, quando a dupla não conseguiu evitar a reeleição do prefeito Luiz Marinho (PT).

Nos bastidores do tucanato, Ferro tem sido preterido nos diretórios de Santo André, São Caetano, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Em São Bernardo, ele conseguiu emplacar um aliado, Paulo Neves, à presidência da executiva. Em Mauá, o comando é do vereador Joelson Alves dos Santos, o Jotão, que também apoia o ex-vereador.

O princípio de ruído na até então tranquilidade para escolha à coordenação regional será tema de reunião na noite de hoje, convocada justamente por Ferro para acontecer, provavelmente, em seu escritório político, no Centro de São Bernardo. Todos os presidentes de diretório foram convidados e algumas figuras influentes do tucanato na região também devem comparecer à atividade, que inicialmente estava marcada para quarta-feira passada.

“Há um clima de insatisfação pelo fato de ele estar sempre próximo de políticos do PPS. Tem gente que não aceita que ele coordene o PSDB tendo esse compromisso com outro partido”, confidenciou um tucano.

Embora haja essa celeuma interna, Ferro não possui adversários pelo posto de coordenador do Grande ABC – cargo que está vago desde o ano passado após renúncia do deputado federal e ex-prefeito de São Bernardo William Dib às vésperas da eleição municipal.

Rival de Dib no pleito para o comando regional do partido há dois anos, o ex-prefeito de Rio Grande da Serra e assessor especial da Prefeitura de Diadema Adler Kiko Teixeira está de saída do tucanato. Ele quer encontrar sigla que lhe dê condições de vitória na corrida eleitoral para a Câmara Federal e, em suas contas, a nota de corte do PSDB é alta para seu potencial de votos.

O posto regional na legenda ganhou importância depois do fraco desempenho do PSDB na eleição municipal. A sigla sequer elegeu vereador em Santo André, reduziu a bancada em São Bernardo e viu Lauro Michels, ex-vereador tucano, ganhar a Prefeitura de Diadema pelo PV.
Também observou o ex-vereador Paulinho Serra liderar debandada do diretório de Santo André, migrar para o PSD e apoiar o então candidato Carlos Grana à Prefeitura, enquanto Ricardo Torres, presidente da executiva andreense, teve de se contentar com a vice de Raimundo Salles (PDT) após fracasso na negociação com Aidan Ravin (PTB).

Ferro não retornou aos contatos do Diário.




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