Política Titulo R$ 450 mil
Tião limita em R$ 450 mil preço de auditoria da Câmara

Presidente promete abrir edital ainda neste ano para contratar empresa para avaliar obra em S.Bernardo

Rogério Santos
Do Diário do Grande ABC
19/09/2013 | 07:41
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O presidente da Câmara de São Bernardo, Tião Mateus (PT), limitou em R$ 450 mil os custos para contratação de auditoria para avaliar a construção da sede legislativa, que já consumiu mais de R$ 34 milhões de recursos da Casa.

O petista avisou que deve lançar até o fim do ano edital para admissão da consultoria. A declaração indica que, depois de seis meses da aprovação do pente-fino do contrato pelos vereadores, a auditoria deva sair do discurso.

Idealizada pelo ex-presidente Hiroyuki Minami (PSDB), a nova Câmara foi orçada inicialmente em R$ 36,1 milhões. O tucano recuou nos valores após pressão interna, reavaliando a quantia para R$ 28,4 milhões. Contudo, a Cronacon, empresa contratada para executar o serviço, já recebeu mais de R$ 34 milhões.

Tião pediu orçamento para quatro empresas especializadas em auditoria e apenas uma forneceu valores no teto estipulado pelo petista: a Pricewaterhouse, que estimou o serviço em R$ 450 mil. As demais consultadas foram Delloite (que cobrou R$ 1 milhão), KPMG (R$ 2,1 milhões) e Ernest e Young (que não forneceu preço).

“Vamos abrir licitação desta faixa de preço (R$ 450 mil) para baixo”, Tião. “Essa questão fica agora sob encaminhamento do departamento jurídico da Câmara, que trabalha na documentação para abrirmos a licitação.”

O teto limitado por Tião é nove vezes maior do que os R$ 50 mil estimados inicialmente pelo presidente da Casa. A princípio, a análise seria feita nos contratos firmados entre novembro de 2011 e dezembro de 2012, período em que Minami presidiu a Câmara. Mas a mesa diretora já admite estender a avaliação para toda a execução da obra.

A realização da auditoria ficou definida após a aprovação, em março, de requerimento dos vereadores Fábio Landi e Rafael Demarchi (ambos do PSD). Desde então, a definição sobre a averiguação vem sendo postergada pelo comando da Casa.

A demora incomodou a oposição, que ameaçou levar o caso ao Ministério Público. O vereador Julinho Fuzari (PPS) afirmou ter em mãos um dossiê sobre a construção que poderia ser entregue à Justiça caso Tião Mateus não se manifestasse sobre o caso. O chefe do Legislativo afirmou que conversará com o popular-socialista na semana que vem.

O principal questionamento sobre o suntuoso empreendimento é o alto custo da obra e as seguidas prorrogações de prazo que aconteceram durante a obra. A previsão inicial era que a construção fosse entregue em outubro de 2012, mas o prazo de abertura prorrogado para 30 de março deste ano.

Mas quando o limite iria expirar, a construtora pediu mais 90 dias para finalizar a obra. O requerimento foi aceito depois de um mês. À época, a direção do Legislativo cogitou multar a Cronacon por não cumprir o cronograma, mas isso não aconteceu.
 




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