Política Titulo Ditadura
Região discutirá relação Brasil e Chile

Acorda ABC realiza seminário para discutir relação estreita entre os governos militares

Cynthia Tavares
do Diário do Grande ABC
16/09/2013 | 07:12
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Tiago Silva/DGABC


 O Grande ABC será palco do intercâmbio para apurar a parceria entre os regimes militares no Brasil e Chile entre as décadas de 1960 e 1970. O seminário organizado pelo projeto Acorda ABC ocorrerá nos dias 23 e 24, em Santo André.

Quatro chilenos envolvidos na luta armada contra o general Augusto Pinochet estarão presentes para discutir a colaboração existente entre os militares dos dois países, principalmente para denúncia de subversivos exilados e técnicas de tortura. Atualmente todos estão ligados ao movimento sindicalista.

O coordenador do Acorda ABC, Cido Faria, ressaltou que a ligação era tão forte que o Brasil foi o primeiro país do mundo a reconhecer o golpe militar em terras chilenas – que fez 40 anos no dia 11. “O embaixador brasileiro no Chile era amigo dos generais golpistas e com certeza colaborou com o golpe. Após Pinochet ter tomado o poder, nenhum brasileiro se refugiou na embaixada brasileira. Se entrasse seria como se estivesse se suicidando”, destacou o pesquisador, que ficou exilado no Chile no começo da década de 1970.

A relação diplomática consolidou-se com a Operação Condor. Por iniciativa do governo chileno em 1975, Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai formaram aliança político-militar de para eliminar líderes da esquerda.

Essa questão será abordada pelo seminário, pois existem registros de que os militares brasileiros colaboraram com a fundação da operação. “Há indícios de que o Brasil fornecia armamentos a grupos terroristas do Chile como o Patria y Libertad”, declarou Cido.

O depoimento mais aguardado é da educadora Camila Lorena Donato Pizarro. Seus avós desapareceram durante o regime militar e até hoje não há notícias sobre o casal.

 

PROGRAMAÇÃO

Os chilenos chegam ao Brasil no domingo e serão recepcionados pelo secretário de Governo em Santo André, João Avamileno, pois a Prefeitura é parceira da iniciativa. Na segunda-feira haverá café da manhã com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques e do Sindicato dos Metalúrgicos em Santo André e Mauá, Cícero Marinha. Em seguida haverá debate sobre os eventos em memória aos 50 anos do regime militar (em 1º de abril de 2014).

Na terça-feira, os chilenos participaram de reunião no Consórcio Intermunicipal pela manhã. À tarde, o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), abrirá o seminário às 15 h na Universidade Anhanguera, na Avenida Doutor Alberto Benedetti, 444.




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