Economia Titulo Até agosto
Vendas de motos zero-quilômetro recuam 10% neste ano até agosto

Com restrições no financiamento, consumidor busca a alternativa do consórcio

Leone Farias
do Diário do Grande ABC
12/09/2013 | 07:01
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Marina Brandão/DGABC


Depois de encolherem, de novo, em agosto frente a julho, as vendas de motocicletas zero-quilômetro contabilizam retração de 10,8% nos primeiros oito meses deste ano em relação ao mesmo período de 2012, de acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

O resultado ruim, segundo representantes do setor, ocorre, entre outros fatores, por causa da dificuldade dos consumidores em ter aprovação de financiamento por parte dos bancos. E o aumento das restrições bancárias não vem de hoje; depois do impacto da crise de crédito global, entre 2008 e 2009, as instituições financeiras se tornaram mais seletivas. Somado a isso, a alta da inadimplência e o desaquecimento econômico também teriam contribuído para reduzir as compras financiadas.

Revendedores da região assinalam as dificuldades desse mercado. “A aprovação do financiamento sem entrada é complicada”, assinala Eliel Oliveira, gerente de unidade Dafra em Santo André. Ele cita que atualmente tem se exigido 20% do valor da moto no ato e, dependendo do histórico do consumidor e de sua capacidade de comprovar renda, a venda não se efetiva. Segundo o lojista, a cada dez fichas de potenciais clientes enviadas aos bancos, em média só três são aprovadas.

João Donizete da Costa, gerente de loja Yamaha na mesma cidade, cita que as limitações não significam que o autônomo (caso de muitos motoboys) não conseguirá fechar negócio. “Se ele tem conta em banco e demonstrar a comprovação do rendimento pela movimentação bancária, tem chance.” Os juros para esses financiamentos também são elevados, giram hoje em 2,50%.

MIGRAÇÃO - Com a possibilidade de parcelar desta forma cada vez menor, o consumidor tem recorrido ao consórcio, que tem efetivação da compra mais fácil e sobre a qual não incidem juros, só taxa de administração. Dados da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras de Montadoras) mostram a migração. Em 2007, 24% dos compradores de motos optavam pelo consórcio. Neste ano, são 37%, percentual que já supera os negócios financiados (34%).

Apesar do cenário de vendas magras, os lojistas esperam melhora na demanda nos próximos meses, por conta de lançamentos, muitos dos quais ocorrerão no Salão Duas Rodas, em outubro, em São Paulo. “A expectativa para o fim do ano é dar uma aquecida”, diz o gerente Cleber Menezes, de loja da marca Honda em Santo André.
 




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