Política Titulo Descaso
Governo Marinho
abandona outra creche

Prefeito de São Bernardo deixa mais uma
unidade escolar incompleta no Ferrazópolis

Rogério Santos
Do Diário do Grande ABC
08/09/2013 | 07:29
Compartilhar notícia
Claudinei Plaza/DGABC


Apesar do deficit de 3.200 vagas em creches de São Bernardo, o governo do prefeito Luiz Marinho (PT) segue com atuação ineficiente para resolver o problema. Prevista para ser entregue em junho, a creche Ferrazópolis 2 está bem longe de atender a necessidade dos munícipes.

A unidade escolar está orçada em R$ 2,3 milhões e recebe recursos do governo federal. Entretanto, as obras encontram-se paradas e sem qualquer previsão de serem retomadas pela construtora Impacto Gouveia, responsável pela construção.

No local, em vez de salas de aula, refeitório ou área para recreação, há um galpão abandonado e a estrutura de madeira que serviu de base para o início da intervenção.

Segundo moradores vizinhos à obra inacabada, ferros e colunas que seriam usados na construção foram roubados por usuários de droga. Esta creche fica a 700 metros da unidade escolar Ferrazópolis 1, que deveria ter sido entregue por Marinho, mas como mostrou o Diário na edição de 3 de setembro, no espaço existe apenas ferragens e terra batida.

Segundo o Paço, o atraso na construção ocorreu devido a problemas com a construtora responsável pela obra. “A Prefeitura tomou as medidas cabíveis para regularizar a situação”, informou a administração, em nota.

A necessidade de vagas para creche em São Bernardo contrasta com a falta de participação do município no programa Creche Escola, do governo do Estado.

A Prefeitura se inscreveu no projeto, porém apresentou terrenos menores que o estipulado para abertura da unidade de ensino. Marinho pretende se reunir com o secretário estadual de Educação, Herman Woorvald, para discutir a inclusão da cidade no programa, só que adiantou que o Estado é quem tem de se adequar à realidade do município.

OBRAS PARADAS

Não é apenas no setor da Educação que obras sob responsabilidade do governo Marinho estão paralisadas. Prometida para ficar pronta em março, como mostra placa fixada no local, a reforma e ampliação da UBS (Unidade Básica de Saúde) do Riacho Grande não está concluída.

Com verba do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), a intervenção, a cargo da construtora Hudson, custará R$ 2,3 milhões aos cofres da Prefeitura e não deve ficar pronta tão cedo. No interior do espaço há muito material de construção espalhado.

O governo local alega que a obra exigiu licenciamento ambiental da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). A administração petista informou que aguarda o documento e que assim que o certificado for concedido a reforma deve ser finalizada em 30 dias.

A Praça da Juventude, no Jardim Orquídeas, é outra intervenção divulgada pela gestão Marinho que não foi concluída. No canteiro de obras à deriva, são constatados ferros retorcidos que representam, inclusive, perigo aos munícipes que circulam pelo local. Além disso, o espaço virou ponto de encontro de dependentes químicos.

A licitação para realização da obra, orçada em R$ 1,3 milhão, foi vencida pela construtora Ponto Forte. A unidade deveria ter ficado pronta em setembro do ano passado. O governo petista alegou que o projeto precisou ser refeito e assegurou que a obra será retomada até dia 30.

A cobertura da quadra da Emeb Maria Rosa Barbosa, no bairro Alvarenga, também não se tornou realidade. A estrutura metálica foi montada, contudo, as telhas não foram colocadas. Ao custo de R$ 474,7 mil, o projeto começou em outubro do ano passado e tinha previsão de seis meses de execução.

A Prefeitura informou que o projeto teve de passar por reformulações e que há um novo cronograma em curso.

Obras da unidade educacional Ferrazópolis 1 seguem paralisadas

A Creche Ferrazópolis 1, que deveria ter sido inaugurada em 17 de julho para amenizar o deficit de vagas na rede municipal de São Bernardo, ainda está bem aquém do prometido pelo governo Luiz Marinho.

A equipe do Diário retornou ao local na sexta-feira e encontrou a mesma situação: um amontoado de terra e ferro retorcido.

Orçada em R$ 3,2 milhões e com investimento da União, a construção está sob responsabilidade da empreiteira Impacto Gouvêa. Somente neste ano a Prefeitura repassou R$ 70,1 mil à construtora.

Segundo o Paço, a paralisação na obra ocorreu por causa de problemas com a prestadora de serviço. “A Prefeitura tomou as medidas cabíveis para regularizar a situação”, informou.
A Impacto Gouveia é a mesma empresa responsável pela unidade educacional Ferrazópolis 2 (leia a reportagem ao lado), que também está parada.

Próximas, as duas unidades educacionais inacabadas prejudicam a população de um dos bairros mais populosos de São Bernardo. Sem opção, os pais têm de buscar alternativas para deixar os filhos e ir ao trabalho.

A falta de vagas em creche é um dilema enfrentado por Marinho desde que foi reeleito, em outubro de 2012. As medidas adotadas pela gestão petista ainda não supriram totalmente a demanda da cidade.

A não conclusão das creches foi duramente criticada pelos partidos de oposição ao governo, que questionaram a ineficiência da administração para solucionar o caso.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;