Economia Titulo Consumo
Cesta básica atinge
o menor valor do ano

Em agosto, os itens de primeira necessidade são
vendidos a R$ 414 – R$ 10 a menos que em julho

Leone Farias
do Diário do Grande ABC
30/08/2013 | 07:17
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Celso Luiz/DGABC


A cesta básica, ou seja, o conjunto de itens de primeira necessidade da população, atingiu em agosto o menor valor mensal deste ano na região, aponta pesquisa realizada pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) em supermercados do Grande ABC. Pelo levantamento, que se refere ao comportamento de preços de 34 produtos, o custo médio da cesta ficou em R$ 414, que é 2,4% ou R$ 10 a menos que o valor de julho (R$ 424).

A retração ocorreu por vários fatores, entre os quais a época do ano, em que há a colheita de algumas culturas agrícolas em São Paulo, justifica o engenheiro agrônomo da Craisa Fábio Vezzá De Benedetto, responsável pelo estudo. Ele cita o caso da cebola, que neste mês teve queda de preço de 31%, passando a R$ 2,33 o kg. “Estávamos consumindo cebola da Argentina e, com a chegada da safra do Estado de São Paulo, (o item) fica mais barato”, explica.

Neste período do ano, de clima mais frio, normalmente as pessoas consomem menos salada, o que colabora para jogar para baixo o valor de folhas e leguminosas, assinala o engenheiro da Craisa.

Ele acrescenta que o custo de diversos alimentos subiu demais no início do ano, como foi o caso do feijão, que chegou a R$ 6 o kg e agora está a R$ 4, e do tomate, que podia ser encontrado em maio a R$ 15 o kg, mas recuou bastante e atualmente está saindo à média de R$ 2,70. “O governo também tomou algumas medidas (como a redução de impostos) para minimizar o impacto dessas altas”, acrescenta. O açúcar – por causa do período de safra da cana – também ajudou a puxar para baixo o valor da cesta, aponta Benedetto.

MAIS CARO - Embora o preço da cesta tenha caído, produtos como o leite vão na direção oposta. O item começou o ano na casa dos R$ 2 e agora já está em R$ 2,70 nos supermercados, 4% mais que em julho, de acordo com a pesquisa da Craisa.

Isso reflete o comportamento dos preços no campo. Os produtores elevaram em agosto o litro para R$ 1,0861, maior valor em seis anos (desde outubro de 2007, quando foi de R$ 1,0323), em termos reais (descontada a inflação), de acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP.

A menor produção neste período de entressafra e a demanda do consumidor, que se mantém aquecida, impulsionaram os valores, aponta análise do Cepea.
(Colaborou Pedro Souza)




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