A vitória de Brás Marinho, irmão do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), na eleição para a presidência da sigla pode colocar em risco a autonomia do diretório. Essa é a avaliação de Juliana Rocha, candidata da Articulação de Esquerda no PED (Processo de Eleição Direta) de 10 de novembro.

Ela acredita que o triunfo de Brás pode legitimar o controle do chefe do Executivo sobre os rumos do partido. “Isso vai depender muito de como serão compostas as chapas que disputarão o PED. Mas é um risco que existe”, reconheceu.

Segundo ela, essa é a principal dúvida dos militantes petistas sobre a candidatura do irmão do prefeito. “Quando você conversa com eles, essa dúvida fica no ar.”

A petista também criticou a movimentação da alta cúpula do governo Marinho para eleger Brás. “A impressão que fica é que estão forçando (a vitória). Mas os filiados estão percebendo isso e vamos ver como eles vão se portar nas urnas no dia da votação.”
Filiada ao PT desde 1999, Juliana é a única mulher na disputa pelo comando são-bernardense e defende que o partido retorne à sua base histórica, de defesa dos trabalhadores. “O PT passou de um partido de militantes para um partido de eleitores”, considerou.