Política Titulo Santo André
Governo Grana
rejeita DEM na
base aliada

Chefe de Gabinete do petista alega que momento é desfavorável para composição política

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
27/07/2013 | 07:33
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André Henriques/DGABC


O governo do prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), rejeitou o DEM como aliado. A cúpula democrata municipal se reuniu terça-feira com o chefe de Gabinete do Paço, Arlindo José de Lima, para tratar de possível composição com a gestão petista. O saldo, contudo, não foi satisfatório. O braço-direito de Grana explicitou no encontro que o momento é inadequado para acordo. “Não tem condição em função do clima (desfavorável). Pelo mesmo motivo que foi brecada a reforma administrativa.”

Grana, que nunca deu aval à relação com o DEM, suspendeu por tempo indeterminado a readequação da estrutura administrativa, que oneraria os cofres públicos em R$ 12 milhões ao ano. Essa reforma serviria também para abrigar ‘parceiros’ do governo em cargos comissionados – seriam criados cerca de 300 postos. O projeto foi, temporariamente, paralisado sob a justificativa dos gastos utilizados em sua implantação. O prefeito tomou a decisão depois da onda de manifestações populares que tomaram conta do País.

O presidente do DEM local, Antônio Feijó, homem de confiança do ex-prefeito Aidan Ravin (PTB), e o secretário-geral da legenda, Marcos Medeiros, ex-assessor do petebista, participaram da reunião no Paço. Ambos já haviam deixado clara a intenção de participar do governo Grana, indicando quadros democratas para ocupar espaço na administração. O próprio mandatário do partido admitiu interesse em ingressar na Prefeitura – com Aidan, ele era assessor especial.

Em contrapartida, Grana ainda não acomodou todos os novos aliados, ligados a partidos que aderiram à campanha no segundo turno ou logo no começo do mandato, como PMDB, PDT e PTdoB. O trio, que hoje faz parte da bancada de sustentação do governo petista na Câmara, pleiteia cargos nos primeiro, segundo e terceiro escalões.

As tratativas entre DEM e governo, entretanto, serão mantidas. Arlindo afirmou que ficou aberto o diálogo para 2016, referindo-se à próxima eleição majoritária, na qual o PT vai pleitear a reeleição com Grana. “Vamos discutir a possibilidade com todo mundo que quiser fazer parte do nosso projeto, buscando essa sintonia”, disse o petista, acrescentando que o prefeito tende a ser envolvido nesse encontro. “Porém, ainda está cedo para falar de processo eleitoral”, completou.

Medeiros considerou que o apoio não está colocado como troca-troca, alegando aproximação “com naturalidade”. Segundo o dirigente, o DEM, que possui ala com dois vereadores no Legislativo, debaterá constantemente “coisas conflitantes”. “Na reunião externamos a simpatia ao governo do PT, que não teve grandes projetos até agora, mas também nada que pudéssemos criticar, seguindo linha de São Bernardo.” Na cidade vizinha, os democratas apoiaram a reeleição de Luiz Marinho (PT). Os filiados buscam força política no Paço.

Base situacionista de Aidan, o DEM uniu forças com o PTB na chapa proporcional de 2012. Mas essa questão não é o ponto chave que implicaria em uma barreira. Por outro lado, a proximidade de Feijó com Aidan, nos bastidores, é mencionada no Paço como empecilho para o pacto político. Ele teve o nome envolvido na indicação do advogado Calixto Antônio Júnior – acusado de cobrar propina de empresas – para atuar de forma ilegal no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André).
 




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