A produção da indústria de autopeças TRW instalada em Santo André ficou parada por cerca de uma hora no início da tarde de ontem. Trabalhadores se reuniram nos portas da fábrica em protesto contra a demissão de um colaborador que fazia parte da comissão da PLR (Programa de Participação nos Lucros e Resultados) deste ano. Dos 480 funcionários empregados na planta, cerca de 100 participaram do ato, que ocorreu na troca de turno.

Segundo o diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Aldo Meira, a comissão é formada por três integrantes. Um deles é da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e o segundo faz parte da direção do sindicato. “A pessoa que foi demitida era um trabalhador comum, que junto com os demais, acompanha o ritmo de produtividade e qualidade das peças produzidas, além de monitorar o nível de absenteísmo (falta dos trabalhadores). Esse acompanhamento é fundamental para que a categoria receba 100% da PLR, para que cumpra as metas estabelecidas no acordo da PLR.”

O benefício foi aprovado na primeira semana de junho, período em que os trabalhadores receberam a primeira parcela, no valor de R$ 3.400. Caso os 480 funcionários da TRW cumpram as metas em 100%, embolsarão mais R$ 1.150, totalizando R$ 4.550.

“Achamos que o companheiro foi demitido por fazer parte dessa comissão, o que é inadmissível”, pontua Meira.

DECISÕES - De acordo com ele, o sindicato irá mover ação, por meio da Justiça do Trabalho de São Paulo, pedindo a recontratação do colaborador desligado. “Isso mostra desrespeito ao movimento sindical. O funcionário não teve nenhuma advertência ou postura que justificasse sua demissão. No entanto, a empresa diz que não irá voltar atrás e que o rompimento do contrato trabalhista desse colaborador não tem a ver com o fato de ser da comissão de PLR. Mesmo assim, não engolimos a postura.”

A equipe do Diário entrou em contato com o departamento de RH (Recursos Humanos) da TRW, mas a companhia não se pronunciou sobre o ocorrido.

Com base no andamento do processo, o sindicato decidirá os rumos do protesto. “Podemos, inclusive, parar novamente a linha de produção em prol do colega demitido”, diz o dirigente sindical.