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Frio esquenta
o movimento
de lavanderia

Dificuldade para secar roupas leva a aumento de até 25% no faturamento das lojas da região

Andréa Ciaffone
Do Diário do Grande ABC
25/07/2013 | 07:05
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Nario Barbosa/DGABC


Considerada por muita gente a melhor amiga da mulher moderna, a lavadora de roupas tem sua capacidade de resolver a vida da dona de casa testada até o limite, que é justamente a secagem da roupa. “No inverno, quando penduradas no varal de casa, as peças não secam nem rápido nem bem”, observa a especialista Simone Leite Barbosa, da lavanderia Tutti Belli, em Santo André. “Quem mora em prédios, que têm pouca circulação de ar na área de serviço, reclama que as roupas secas assim ficam cheirando esquisito. Por isso, mesmo quem lava em casa, acaba trazendo as peças do dia a dia para a lavanderia nessa época”, diz Simone, que trabalha no ramo há 13 anos.

Mas o famigerado “cheiro de cachorro molhado” não é o único motivo que alavanca o movimento do negócio das lavanderias. “Muitas roupas de inverno indicam na etiqueta a lavagem a seco ou, quando permitem lavagem com água, recomendam cuidados profissionais”, diz Simone. Entre o clima frio e as recomendações dos fabricantes, o movimento vai crescendo.

De acordo com o Sindilav (Sindicato Intermunicipal de Lavanderias no Estado de São Paulo), entidade que representa mais de 3.600 lavanderias em 511 municípios do Estado, a demanda pelos serviços nesta estação aumenta em 25%.

Com três unidades em Santo André e uma em São Caetano, a Tutti Belli está entre os estabelecimentos que concordam com as estimativas do sindicato. “No mês de julho, aumenta tanto o número de peças quanto o valor dos serviços porque as roupas para o frio costumam ser de materiais que requerem procedimentos especiais e limpeza”, diz a dona da Tutti Belli, Talita Souza. “A gente sempre se prepara para o mês de julho fazendo investimentos em equipamentos e na contratação de pessoal. Neste ano, compramos mais uma máquina de passar e contratamos mais um funcionário para operá-la”, diz Talita.

Para Claudia Sanchez, dona da Giovanna Lavanderia, de São Bernardo, o inverno traz 15% mais movimento. “É que 70% da minha clientela é fixa, mensalista, que traz todas as roupas da casa para cá. Mas, dá para sentir a variação (para cima) nos 30% que só nos procuram para realizar a limpeza de peças mais complicadas ou mais caras”, diz a empresária, que está no ramo há 11 anos.

Há uma década à frente da Estilo Lavanderia, o ex-executivo Flávio Gonçalves de Lima aproveitou todas as oportunidades possíveis para expandir, investiu em marketing, no relacionamento com clientes e viu seu negócio crescer de uma loja de 50 m² para 300 m². “No inverno o faturamento cresce em torno de 25%. Mas isso tem mais a ver com o valor agregado das peças, que são de materiais mais sofisticados. Já em número de itens o aumento no mês de julho ficou em torno de 12%”, diz Lima.

“Hoje já não tem mais tanta gente lavando e passando em casa. Mesmo quem tem empregada, prefere que ela se ocupe com outras coisas e delega as roupas para os especialistas”, diz o empreendedor, que por quatro anos se empenhou em fazer coletas e entregas pessoalmente para desenvolver proximidade com a clientela, para afinar as engrenagens da sua firma e firmar a imagem da sua marca. “Houve uma mudança de comportamento. Especialmente em relação à valorização do seu tempo livre”, diagnostica. “E, com a lei das empregadas domésticas, vai mudar ainda mais.”

Para Talita, da andreense Tutti Belli, existe diferença sensível no comportamento dos clientes das suas diferentes lojas. “No bairro Jardim e na Vila Bastos há um número maior de clientes mensalistas, para os quais lavar roupa fora é algo que faz totalmente parte da sua rotina e do seu orçamento”, diz a empresária. 




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