Política Titulo Falha
Donisete admite
não ter controle
sobre o Transporte

Modelo arcaico impede a divulgação de planilha de gastos, avalia o prefeito de Mauá

Bruno Coelho
Do Diário do Grande ABC
17/07/2013 | 07:20
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Andréa Iseki/DGABC


O prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), pretende disponibilizar à população a planilha de gastos e controle de dados do sistema de Transporte público, mas por enquanto não é capaz de adotar esses mecanismos. Segundo o petista, o governo não tem controle do gerenciamento de informações sobre o setor, hoje de total responsabilidade da empresa PK9. A criação da MauáTrans, uma autarquia municipal, é considerada um passo para cessar o problema.

Donisete quer seguir os passos do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que criou o Conselho Municipal de Trânsito, com intenção de abrir planilhas e mostrar os custos do sistema para a população. A busca pela transparência no setor ganhou impulso devido às manifestações populares contra o aumento das tarifas de ônibus para R$ 3,30, posteriormente reduzidas a R$ 3 na Capital e em seis cidades do Grande ABC, onde eram R$ 3,20.

Entretanto, o prefeito analisa que Mauá primeiro precisa se reorganizar na relação com as empresas de ônibus, admitindo que o Poder Público não tem controle sobre os dados do sistema de passagens. “O nosso modelo (de Transporte) é antigo e arcaico. Temos um descontrole total sobre dados nas tarifas. Hoje, com o passageiro que entra no terminal (central), temos controle. Mas quem está fora da estação, não temos controle.”

Todo o sistema de banco de dados do transporte é gerenciado pela PK9. Além de controle de informações do segmento, a empresa é responsável pelo FMT (Fundo Municipal de Transporte). “Estamos organizando um sistema nosso para controle da planilha e aí, sem dúvida vamos, democratizar”, complementa Donisete.

De acordo com o secretário de Governo, Edílson de Paula (PT), a PK9 atuará pela cidade até a criação da MauáTrans, autarquia que passaria a controlar todo o sistema.

O controle do sistema de dados foi tema da maior crise na relação entre a gestão Donisete com as empresas de ônibus. De acordo com auditoria do Paço, a Viação Cidade de Mauá e Leblon invadiram o banco de informações quase 500 vezes. O governo municipal alega que somente ele e a PK9 teriam direito ao acesso.

Por essa razão, as operadoras foram multadas em maio, cabendo à Cidade de Mauá pagar R$ 8,2 milhões e Leblon, R$ 12,2 milhões.
 




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