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Para Maninho, Lauro se acha ‘imperador’

Presidente da Câmara critica prefeito de Diadema por culpar PT pela dívida bilionária da Saned

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
14/06/2013 | 07:12
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O presidente da Câmara de Diadema, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), chamou o prefeito Lauro Michels (PV) de “imperador”, após o verde ter jogado na conta do PT o problema financeiro da Saned (Companhia de Saneamento Básico de Diadema).

“Acho que o Lauro pouco conhece a cidade, porque passou boa parte da juventude fora de Diadema. Estava em Miami (nos Estados Unidos) ou no Guarujá, em seu barco. Não sabe como surgiu a Saned. Agora que é prefeito se acha dono da cidade. É o imperador Lauriquito”, disse o petista, em referência ao atual imperador japonês, Akihito.

Na segunda-feira, quando teve de agir diretamente para impedir sequestro de R$ 12 milhões nas receitas municipais a pedido da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Lauro afirmou que boa parte da culpa pela dívida de R$ 1 bilhão da Saned era fruto do rompimento unilateral do contrato entre a Prefeitura e o governo do Estado durante a administração do ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT), em 1994. Ontem, não foi localizado para falar das críticas de Maninho.

“Arrancamos o serviço na unha porque a Sabesp prestava um péssimo serviço, era um lixo. E, na época, aprovamos uma lei que dividia o pagamento da multa do contrato. Esse pagamento foi interrompido pelo sogro do Lauro, o Chico Rocha, atual secretário de Finanças, durante o governo do Gilson (Menezes, PSB, entre 1997 e 2000)”, discorreu Maninho.

As críticas dos petistas ao prefeito foram intensificadas quando o vereador Lúcio Araújo (PV) acusou a administração Mário Reali (PT) de não prestar contas corretamente ao governo federal, ocasionando, segundo ele, interrupção nos repasses da União à cidade.
“Alguns vereadores têm cãibra mental”, disparou Josa Queiroz (PT), que geralmente protagoniza bate-boca com Lúcio – na campanha, ambos foram parar na delegacia por suposta discriminação religiosa. “Obra paralisada não tem relação com prestação de contas. É falta de vontade política”, adicionou o petista.

O verde retrucou em seguida. “O que não houve foi capacidade do governo do PT que, durante 30 anos, não conseguiu resolver diversos problemas. Agora a oposição quer que, em seis meses, o Lauro resolva tudo. Passaram muito tempo empurrando a sujeira para debaixo do tapete. Doença cerebral é não lembrar disso.”

CÓDIGO DE ÉTICA
Em novembro de 2002, a Câmara de Diadema instituiu o Código de Ética e Decoro Parlamentar. A legislação, de autoria do ex-vereador Laércio Soares (PCdoB), não trata especificamente a críticas mais pesadas ao prefeito.

Em seu artigo 5º, parágrafo 2º, a norma determina que o vereador não deve “utilizar-se, em seus pronunciamentos, de palavras ou expressões incompatíveis com a dignidade do cargo” ou “desacatar ou praticar ofensas físicas ou morais, bem como dirigir palavras injuriosas aos seus pares, aos integrantes da mesa diretora, do plenário ou das comissões, ou qualquer cidadão ou grupos de cidadãos que assistam a sessões de trabalho da Câmara.”
 




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