Setecidades Titulo Saúde
Quase metade das
doações de sangue é
espontânea na região

Proporção de voluntários sem vínculo com pacientes internados vem aumentando

Thaís Moraes
Do Diário do Grande ABC
14/06/2013 | 07:00
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André Henriques/DGABC


No Dia Mundial do Doador de Sangue, comemorado hoje, uma boa notícia: quase metade das 4.500 pessoas que doam sangue mensalmente no Grande ABC (entre 40% e 45%) procura os postos de forma espontânea, ou seja, faz a boa ação sem que parentes ou amigos necessitem de transfusão. Os dados são da Colsan (Associação Beneficente de Coleta de Sangue), entidade responsável por administrar os quatro pontos de coleta da região.

A proporção é significativa e aumenta cerca de 2% ao ano, mas ainda está abaixo da média de outros bancos mantidos pela Colsan, cuja porcentagem é de 60%.

“Isso não quer dizer que os doadores da região sejam menos solidários. O número é menor porque a tradição das captadoras do Grande ABC é de ligar para as pessoas e chamá-las para a doação. É uma questão de perfil”, explica o hemoterapeuta e diretor de Postos de Coleta e agências Transfusionais da Colsan, André Luís Abiero. “Mas o objetivo é que todo o Brasil atinja a totalidade, assim como alguns países europeus”, completa.

A quantidade de doações vem se mantendo estável, mas, de acordo com a gerente administrativa da Colsan na região, Solange Rios, a busca é constante. “Quando o movimento cai, entramos em contato com agentes multiplicadores como fábricas, escolas, associações e familiares de pacientes internados.”

As faixas etárias mais atuantes na doação estão entre 25 e 50 anos. E são os homens os maiores responsáveis pelo abastecimento dos estoques, com índice de 60%.

Isso porque pessoas do sexo masculino podem doar a cada dois meses e até no máximo quatro vezes ao ano. Já as mulheres devem procurar os postos de coleta a cada três meses e, no máximo, três vezes ao ano. “É necessário esse intervalo para que as células se renovem. Mulheres doam menos porque têm menstruação”, explica Solange.

LUIZ MARINHO

O prefeito de São Bernardo, Luis Marinho, esteve ontem no hemocentro da cidade para dar sua contribuição. “Procuro doar regularmente e estimular que as pessoas façam o mesmo. Não dói nada”, recomenda.

Hoje, 40 atletas de São Caetano doam sangue no posto de coleta do bairro Oswaldo Cruz (veja locais na tabela ao lado).

Inclusão de adolescentes e idosos não ampliou oferta

Em 13 de junho de 2011, o Ministério da Saúde modificou as regras para doação de sangue no Brasil. Na ocasião, a idade mínima para a ação caiu de 18 para 16 anos e a máxima subiu de 65 para 67 anos.

Mesmo com a ampliação da faixa etária e das possibilidades de doação, a procura por postos de coleta não cresceu expressivamente. “Acredito que a baixa procura pelos adolescentes se deve à burocracia, pois é necessário autorização expressa dos pais. Em relação aos idosos, só é autorizada a participação se a pessoa já tiver doado antes dos 60 anos”, explica o hemoterapeuta André Luís Albiero.

Com o aumento da população e da expectativa de vida, o especialista chama a atenção para ações educativas nas escolas. “A conscientização deve começar pelos jovens. Se eles aderirem à prática desde cedo, manterão esse hábito pelo resto da vida. E assim as novas gerações também terão essa consciência”, analisa. 




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