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Carona amiga

Quase 10 milhões de veículos transitam pela região metropolitana de São Paulo...

Cristina Baddini
Do Diário do Grande ABC
14/06/2013 | 07:00
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Quase 10 milhões de veículos transitam pela região metropolitana de São Paulo, tornando o trânsito lento, em filas que chegam a quase 200 quilômetros no pico. São veículos despejando toneladas de poluição pelos escapamentos, causando graves reflexos no trânsito, poluindo o ar e deteriorando a qualidade de vida dos cidadãos, além de causar inúmeros outros prejuízos. Uma melhor qualidade de vida para nossa metrópole implica na adoção de medidas que garantam a mobilidade e possibilitem a todos o uso coletivo da cidade, além do acesso aos serviços, aos bens e às demais oportunidades existentes.

Além de investimentos em novas ruas e avenidas é preciso que o cidadão assuma o seu papel e dê a sua contribuição com atitudes simples e importantes. Usar o transporte público quando possível, ande mais a pé e de bicicleta abolindo quando possível o uso do automóvel particular. O uso responsável do automóvel também pode ser uma contribuição importante evitando circular com uma pessoa apenas no veículo. Ao motorista consciente vai aqui um conselho: dê carona!

Carona

É claro que não se trata aqui de oferecer carona a qualquer pessoa estranha e sim oferecer um transporte solidário a um colega de trabalho, um amigo, um vizinho ou um colega de escola dos filhos. As empresas podem e devem estimular a formação de pools incentivando a seus funcionários a organizarem grupos de carona solidária ao se dirigirem para o trabalho.

As indústrias podem se valer da internet para organizar comunidades de carona. Medidas efetivas nesta direção contribuiriam para a melhoria do trânsito e reduziriam os problemas de estacionamento além de gerar economia para os integrantes dos grupos.

Contribuição da indústria automobilística

O cenário atual exige mudanças de atitude dos indivíduos e dos vários setores da economia. Ao que se sabe, as montadoras não apresentam efetivos programas de investimento objetivando a diminuição dos efeitos negativos causados pelo grande número de veículos que poluem o meio ambiente. O desenvolvimento de motores menos poluentes e alternativos como veículos híbridos e elétricos só ocorrem basicamente no Japão, Europa e Estados Unidos. A indústria automobilística brasileira e as nossas autoridades tampouco se posicionaram diante do grave problema que é: onde colocar os 3 milhões de novos veículos produzidos por ano e para onde devem ir os veículos muito antigos sem condições regulares de rodagem, além dos veículos danificados.

Além disso, os fabricantes de veículos fazem vistas grossas quando se trata da questão do trânsito atualmente congestionado e poluído, optando por considerar o problema como responsabilidade única dos governos.

Em breve

Em um futuro próximo, a tendência do automóvel individual é ser considerado o vilão da história. Como a essência da vida urbana é a possibilidade de deslocamento e deve ser garantido a todos, a mobilidade na cidade futura deverá fornecer respostas adequadas às necessidades diferenciadas dos usuários. A cidade do movimento, real e virtual, conduz à ‘cidade da liberdade’, na qual cada um pode agir e se expressar livremente. A cidade ideal para se viver é aquela que temos a possibilidade de fazer nossas escolhas de deslocamento (ou de não deslocamento) como decidirmos, pois temos esta possibilidade.

Enfim, precisamos pensar no equilíbrio entre ambiente urbano e ambiente natural e nos pautar na sustentabilidade nas nossas escolhas diárias. Dê carona e também partilhe viagens com outras pessoas. 

*Cristina Baddini é especialista em trânsito. Mande sugestões para o e-mail crisbaddini@uol.com.br e visite o blog: olhonotransito.blogspot.com.




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