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Para acabar com jejum
e fechar todas as feridas

Palmeiras decide nesta quarta-feira a Copa do Brasil contra
o Coritiba com a vantagem e carência de títulos na memória

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
11/07/2012 | 07:30
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Uma torcida angustiada e que há mais de uma década não sabe o que é comemorar um título nacional de elite. Um time que tem vantagem, história e camisa, mas também feridas e lembranças de um passado doloroso diante de um rival que já impôs dias de humilhação e gozação dos adversários. E um troféu que acabaria com todo sofrimento e recolocaria o clube em evidência no País. Esses são os elementos que o Palmeiras tem pela frente na decisão da Copa do Brasil, às 21h50 de hoje, contra o Coritiba, no Estádio Couto Pereira.

O Verdão leva a campo vantagem pelos 2 a 0 que fez no primeiro jogo (se anotar um em Curitiba, obriga o adversário a marcar quatro), mas sabe que isso pouco significa. Principalmente em razão do confronto entre as equipes pelas quartas de final da Copa do Brasil de 2011, quando em casa os paranaenses aplicaram 6 a 0.

Um dos jogadores que estavam em campo naquela oportunidade, o volante Marcos Assunção disse que a ferida ainda está aberta, afinal o Palmeiras venceu o jogo da volta e poderia ter disputado o título já no ano passado. "Ainda sofro com isso, apesar de não haver qualquer espírito de vingança. Mas tínhamos chances, vencemos o jogo de volta por 2 a 0. Se aquela noite não tivesse sido tão ruim, poderíamos ter ido mais longe", afirmou.

"O Coritiba fez seis no Palmeiras no ano passado, não podemos esquecer disso. Foi acaso, mas aconteceu. A gente sabe que não pode bobear. Temos de aproveitar essa vantagem só nos últimos minutos. Antes disso, tem de jogar de igual pra igual para fazer gols", emendou o meio-campista Daniel Carvalho, que será o responsável por armar as jogadas com a ausência do suspenso Valdivia.

Atento ao passado, o clube tenta pôr fim ao jejum de títulos nacionais que perdura desde a Copa dos Campeões de 2000. Considerado o maior campeão do Século 20, desde 2001 soma apenas uma Série B do Brasileiro e um Paulistão, ou seja, pouco para um clube do porte do Palmeiras. E os jogadores sentem isso na pele.

"Sabemos que o clube tem a necessidade de um título nacional. O jogador é lembrado por títulos, por conquistas. Todo mundo quer ficar marcado na história. Nós vemos no vestiário fotos da época do César Sampaio, do time de 2008, e ficamos pensando: ‘Por que não, no futuro, ter uma foto nossa ali?'", destacou Daniel Carvalho.

O jogador, inclusive, também não tem títulos brasileiros no currículo (apenas uma Copa Sul-Americana pelo Internacional). Assim, almeja essa conquista pessoal para presentear o torcedor palmeirense. "A gente sabe o quanto é bom ser campeão e comemorar. Vai ser muito gratificante sair de lá com uma conquista e ver na quinta-feira (amanhã) todo mundo alegre. Além da garantia profissional com um contrato ou uma valorização, a maior alegria é ver o torcedor depois de anos comemorando um título. Temos de fazer nosso melhor para ver a felicidade no rosto do torcedor."

Atletas suspensos e machucados também viajam

 

União é palavra de ordem no Palmeiras. Assim, diretoria, comissão técnica e jogadores decidiram que todo o elenco alviverde deveria viajar a Curitiba, incluindo atletas machucados e suspensos.

Além dos 20 jogadores que estão concentrados e podem ser utilizados pelo técnico Luiz Felipe Scolari na decisão contra o Coritiba, viajaram à capital paranaense Barcos, Valdivia, Wesley, Luan, Román, Vinícius, João Denoni, Caio e os goleiros Raphael Alemão e Fábio, além do ex-arqueiro e atual embaixador do clube, Marcos.

"Nós conversamos com o Felipão e todos nós concordamos que era o momento de continuarmos unidos. Chegamos até aqui com muito companheirismo e temos de estar juntos nesta segunda partida da final. É o momento total de união, de juntarmos forças. Não será nada fácil", exaltou o atacante argentino Hernán Barcos, que também ficou de fora da primeira partida contra o Coxa em razão de cirurgia para retirada do apêndice justamente no dia do duelo.

"Fizemos questão de viajar. O Coritiba é muito forte em casa e jogar no Couto Pereira é sempre muito complicado, a torcida atua junto do primeiro ao último minuto. Em razão disso, achamos legal viajarmos com a delegação, estarmos juntos na concentração, na hora das refeições, na palestra. Chegamos juntos até a final e queremos terminar a competição juntos também", emendou o meia Wesley, que rompeu o ligamento do joelho direito e só volta aos gramados em novembro. DB (com Agências)

 

Liberado, Maikon Leite deve ser a surpresa

 

As dores no tornozelo direito cessaram e o atacante Maikon Leite foi o elemento-surpresa na concentração do Palmeiras para a decisão da Copa do Brasil. Com as ausências de Barcos e Luan (machucados) e Valdivia (suspenso), o setor ofensivo está defasado e a presença do camisa sete supre parte dos problemas.

Com a presença do atacante revelado no Santo André, o técnico Luiz Felipe Scolari tem como opções para o ataque Betinho, Mazinho e Maikon Leite. Os dois primeiros iniciaram o jogo em Barueri e são os preferidos para começar em Curitiba. Mas o último também tem chances.

 

MOTIVAÇÃO

Assim como aconteceu antes do primeiro duelo, a delegação palmeirense teve palestra com o ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) da Polícia Militar do Rio Paulo Storani.

A conversa da semana passada foi aprovada pelos jogadores. Assim, Luiz Felipe Scolari resolveu chamar o ex-capitão para falar novamente com o elenco. Desta vez, Storani chegou a gritar para motivar os jogadores, que também tiveram participação ativa no encontro. Uma das técnicas utilizadas pelo ex-capitão foi colocar o Coritiba como ‘inimigo', adotando até mesmo fala que ficou famosa entre os policiais do Bope: "Eles vão ter que pedir pra sair." DB (com Agências)

 

Coxa não jogou a toalha, diz meia Tcheco

 

Decidir título da Copa do Brasil em casa não é novidade para o Coritiba, que viveu a experiência no ano passado, contra o Vasco. No entanto, desta vez o clube quer ter desempenho diferente para não decepcionar o torcedor e ficar com o vice-campeonato. Apesar de a vantagem do Palmeiras ser boa, os paranaenses ainda acreditam.

"Sabemos que é complicado. Não será nada fácil. Nossa preparação para este jogo está sendo muito boa. Precisamos nos apegar em números. Temos uma campanha perfeita dentro de casa (cinco jogos e cinco vitórias). É acreditar e lutar muito para buscar esta conquista", disse o meia Tcheco.

Na opinião do jogador, o gol perdido por Maikon Leite no segundo tempo do primeiro jogo, quando se atrapalhou todo ao tentar driblar o goleiro Vanderlei, chutou fraco e parou em Emerson, pode fazer falta ao alviverde paulista.

"Pode ser sinal de boa sorte para o nosso time neste segundo jogo. Quem sabe aquele lance nos dá o título. Se ele fizesse, seria bem complicado", disse Tcheco.

O técnico Marcelo Oliveira não poderá contar com o zagueiro Emerson, suspenso. Misterioso, o treinador não dá pistas sobre quem será o substituto ou de que forma o Coxa vai a campo. O quarteto da região formado pelos ex-andreenses Júnior Urso, Gil e Rafinha, além do ex-São Caetano Everton Ribeiro, deve ser mantido, com a chegada dos dois primeiros constantemente à frente. DB (com Agências)




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