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Laura Müller lança livro voltado a pais e professores sobre como falar de sexo com crianças e jovens

Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
10/06/2013 | 07:00
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O sexo ainda é um tabu na nossa sociedade e, por isso, é considerado assunto difícil de falar em qualquer idade, especialmente com crianças e adolescentes. Com o objetivo de ajudar pais e professores a abordar questões de sexualidade com os pequenos e jovens, a sexóloga Laura Müller, lança no dia 18 o livro Educação Sexual em 8 Lições – Como Orientar da Infância à Adolescência – Um Guia para Pais e Professores.

A primeira dica de Laura a respeito do tema é que é necessário esclarecer as dúvidas conforme elas surgem e de acordo com a linguagem da faixa etária, mas sem fantasiar. “Contar histórias sobre repolhos ou cegonhas não é indicado.”

E se por volta dos 5, 6 anos, ou até mais cedo, a criança perguntar diretamente o que é sexo? Laura garante que é preciso deixar claro que o ato é destinado a adultos. “A pessoa pode explicar que sexo acontece quando o casal vai namorar bem juntinho, mas só quando for gente grande como o papai e a mamãe. Se a criança questionar se é namorar pelado, pode confirmar, mas é preciso voltar a enfatizar que é só para adultos.”

A partir dos 6 anos, o desafio de esclarecer as dúvidas dos pequenos é dividida com os professores, já que o currículo escolar prevê o início da educação sexual a partir dessa idade. “No primeiro momento, é importante falar sobre o corpo e a diferenciação entre os gêneros masculino e feminino. As informações vão ficando mais complexas conforme a criança cresce.”

PRIMEIRA VEZ

No Brasil, por volta dos 15 anos, em média, os adolescentes têm sua primeira relação sexual. Nessa fase, de acordo com a sexóloga, é importante que eles recebam a orientação necessária para fazer escolhas conscientes e se proteger contra a gravidez e as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis).

Laura destaca ainda que houve mudança na forma como as pessoas vivem o sexo de uma geração para a outra. “No caso dos nossos pais e avôs, os homens geralmente iniciavam a vida sexual com garotas de programa, incentivados pelos pais. Já as mulheres permaneciam virgens até o casamento, que ocorria mais cedo que hoje, entre 16 e 18 anos.”

Portanto, a sexóloga acredita que não houve grandes mudanças na idade em que se inicia a vida sexual, mas sim na forma como isso é feito, já que hoje os jovens não esperam necessariamente até oficializar a união. “O sexo acontece durante o namoro, e não tem a noção de compromisso para uma vida inteira. É possível ter outros parceiros e, por isso, orientação é essencial para os adolescentes, já que a quantidade de parceiros aumenta a exposição a doenças.”

Para saber como lidar com esse e outros assuntos relacionados à sexualidade de zero aos 17 anos, o lançamento do livro de Laura será a partir das 18h30, na Livraria Cultura localizada no Conjunto Nacional (Avenida Paulista, 2073, Bela Vista, São Paulo). 




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