Setecidades Titulo Habitação
Comissão apura
desabamento
em S.Bernardo

Investigação técnica apontará os responsáveis pelo desmoronamento que atingiu 3 casas

Thaís Moraes
05/06/2013 | 07:00
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Andrea Iseki/DGABC


A Prefeitura de São Bernardo, por meio da Sehab (Secretaria de Habitação), instaurou comissão técnica para apurar as causas de desabamento que atingiu três casas no bairro Parque São Bernardo no dia 23. Uma pessoa foi retirada com vida dos escombros depois de passar duas horas soterrada.

A Sehab estabeleceu prazo de 30 dias corridos, a partir da publicação, para a entrega do relatório conclusivo, podendo haver prorrogação em caso de necessidade fundamentada. A Pasta informou também que só será possível avaliar as causas do acidente quando o trabalho da comissão for concluído. A partir daí, responsabilidades e medidas cabíveis serão tomadas.

Segundo resolução 01/2013, publicada dia 29 no jornal Notícias do Município, a apuração poderá requisitar quaisquer documentos, promover diligências e tomar depoimentos de funcionários da Prefeitura ou de empresas contratadas que elaboraram projetos, prestam serviços e executaram obras.

O acidente ocorreu em área onde está sendo realizado o projeto de urbanização integrada do Parque São Bernardo, Alto da Bela Vista e Novo Parque, iniciado em 2011 e cujas obras estão orçadas em R$ 105 milhões. Segundo os moradores, em uma das escavações malfeitas o alicerce da casa foi atingido, provocando o desmoronamento.

O projeto prevê a implantação de redes de água, esgoto e energia elétrica, abertura de ruas, pavimentação e drenagem, que beneficiarão 3.123 famílias.

Por conta do ocorrido, a administração adiou a entrega de 120 unidades habitacionais no bairro, que aconteceria em 24 de maio. Questionada sobre nova data de entrega, a Prefeitura afirmou que o calendário foi mantido e que 110 famílias assinaram o termo de permissão de uso e já estão morando nos apartamentos. O restante mudará na próxima semana após conclusão dos acabamentos.

‘O tempo todo pensei que ia morrer’

Enquanto ainda não há resposta definitiva sobre as causas do acidente, a família Pereira, cuja casa foi totalmente destruída, tenta voltar à rotina. As cinco pessoas que viviam na residência de três andares – pai, mãe, dois filhos e nora – estão na casa de parentes.

Segundo a Prefeitura, foi proposto à família que aguardasse resolução do caso em apartamento fornecido pela administração. No entanto, a família optou pelo recebimento de auxílio financeiro para pagamento de aluguel, por meio do Programa Renda Abrigo.

“A assistente social está nos acompanhando por causa desse aluguel. O valor é de R$ 315 por família. Porém, depois que tudo se resolver, não queremos isso. A gente não pagava aluguel, a casa era própria”, comenta Eduardo Mamédio Pereira, metalúrgico de 33 anos e única pessoa que estava no momento do desabamento.

“O tempo todo pensei que fosse morrer. O colchão caiu em cima de mim e acho que isso me ajudou. Mas acredito também que tenha sido milagre porque o bombeiro disse que tirou duas lajes de cima de mim”, recorda. Eduardo sofreu cortes na mão, testa e joelho e escoriações por todo o corpo.

A família tem recebido ajuda dos vizinhos, que doaram roupas e alimentos. Dos escombros, a família conseguiu resgatar parte dos documentos e cobertores. Eduardo ainda não voltou ao trabalho, e a mãe tirou férias para procurar outro lugar para viverem. 




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