Formado por 28 vereadores, o Legislativo de São Bernardo é o maior do Grande ABC. Apesar disso, a quantidade não significa qualidade. As sessões na Câmara têm mantido o mesmo ritmo moroso da legislatura passada, quando havia 21 cadeiras.
A baixa produtividade é fomentada pelos constantes pedidos de suspensão dos trabalhos para discussão de projetos, que duram de dez a 30 minutos. As plenárias são realizadas das 9h às 13h. Nesse período, são registrados em média dez pedidos de interrupção.
O marasmo deixa projetos apresentados com alarde engavetados, como a regulamentação do serviço de motofrete no município. Na pauta da Casa desde 2010, a propositura foi praticamente esquecida por falta de acordo entre a Prefeitura e o sindicato da categoria.
O PCCR (Plano de Cargos, Carreira e Salário) dos servidores municipais também está emperrado. Em 2011, foi aprovado item que retirou o prazo para o projeto ser votado. Atualmente o Sindserv (Sindicato dos Servidores) discute a proposta na mesa de negociação permanente aberta com a administração Luiz Marinho (PT), mas dificilmente sairá neste ano.
O líder do governo José Ferreira (PT) avalia que a Câmara tem produzido, e bem. “O governo não manda qualquer projeto. Encaminha as proposituras necessárias. Recentemente aprovamos a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias)”, avaliou.
Até mesmo projetos de iniciativa de vereadores travam na burocracia da Câmara ou na falta de vontade política. A proposta de Ficha Limpa Municipal, de Paulo Dias (PT), é exemplo de propositura que não é levada para debate em plenário.