O vereador governista José Montoro Filho, o Montorinho (PT), é a aposta interna para presidir a CPI da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). Os demais seis componentes da comissão demonstram publicamente apoio ao petista, sob a alegação de destravar a investigação. A composição está impedida de fazer deliberações por determinação do Poder Judiciário, que concedeu liminar requerendo a suspensão dos trabalhos do grupo.

Os parlamentares que integram a CPI, segundo Montorinho, pretendem protocolar hoje requerimento junto à mesa diretora constituindo a nova composição - o oposicionista Toninho de Jesus (DEM) abrindo mão do cargo em favor do petista e permanecendo Ailton Lima (PTB) na relatoria. O documento oficializaria o acordo da estrutura entre as bancadas, com o PT com um dos dois principais postos. A falta de acerto foi justamente a desavença política que provocou a ação judicial.

O requerimento entra com pedido de anulação da portaria que nomeou a atual composição, promulgada pelo presidente da Câmara, Donizeti Pereira (PV). Somente após essa medida, é que os governistas devem solicitar extinção do processo na Justiça, o que retomaria o andamento da comissão.

Donizeti discorda do acordo neste momento e reunirá hoje os 12 vereadores que assinaram o documento. "Quero essa conversa para saber o motivo da mudança de procedimento. É a mesma proposta de um mês atrás, rejeitada pela ala (então G-12)." Segundo o verde, a comissão formada não precisa de seu aval, porém coloca em xeque a postura. "Eles podem simplesmente retirar a ação, mas, mesmo assim, qualquer decisão no âmbito da CPI não tem legalidade."

O presidente protocolou recurso no Tribunal de Justiça e no Fórum. Ele defende que o mérito da ação seja julgado antes de eliminar a ação. A decisão se tornaria jurisprudência.