Chefe de Gabinete da Prefeitura de Diadema, Adler Kiko Teixeira (PSDB) fará contas para decidir seu futuro partidário. O ex-prefeito de Rio Grande da Serra é pré-candidato a deputado federal, está de saída do ninho tucano e é assediado por diversos partidos.

Com suposto acordo verbal para migrar para o PV do prefeito de Diadema, Lauro Michels, Kiko se reuniu com integrantes do PSC na semana passada e recebeu convite oficial do presidente do diretório diademense da sigla, Teodózio Gregório da Silva.

Aliados de Kiko veem com bons olhos o lançamento de uma candidatura pelo PSC. A sigla tem baixa nota de corte (Marcelo Aguiar foi o último parlamentar eleito pelo partido com 98.842 votos) e está em evidência por conta da atuação polêmica do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à frente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal.

Nos últimos meses, Feliciano ganhou espaço na mídia por, antes de presidir a comissão, fazer declarações homofóbicas. O PSC estadual projeta que o parlamentar federal consiga reeleição com mais de 500 mil votos de evangélicos e conservadores, o que impulsionaria candidatos com bom potencial na legenda.

Outro fator que poderia aproximar Kiko do PSC é a relação do partido com o deputado estadual Orlando Morando (PSDB), padrinho político do ex-prefeito de Rio Grande. Muitos aliados de Morando estão no PSC de São Bernardo, como o ex-prefeiturável Ademir Silvestre e o ex-candidato a vereador Ramos de Oliveira - ambos, hoje, trabalham na gestão de Lauro.

No PV, o cenário é diferente. Apesar de a linha de corte do quociente eleitoral ser menor (60 mil votos), o partido não possui o mesmo potencial da eleição de 2010. Três anos atrás, o PV pegou carona na candidatura presidencial de Marina Silva, que recebeu 19,6 milhões de votos - melhor desempenho de uma terceira via na história do País.

Os verdes ensaiam apostar no ex-deputado federal Fernando Gabeira como candidato à Presidência da República, mas o impacto é muito menor do que o projeto de Marina, que hoje articula a criação de seu partido, a Rede Sustentabilidade.

Outra legenda que está na mira de Kiko é o PSB, justamente a sigla que tenta se consolidar como terceira via às candidaturas da presidente Dilma Rousseff (PT) e, provavelmente, do senador mineiro Aécio Neves (PSDB).

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), tem se colocado nos bastidores como postulante à sucessão de Dilma, fator que poderá turbinar a chapa de candidatos a deputado federal do PSB. Em 2010, Abelardo Camarinha foi o último socialista eleito ao Congresso Nacional, com 71.637 votos.

O PP, que está no arco de alianças de Lauro, também mostrou interesse em filiar o ex-chefe do Executivo de Rio Grande. Kiko não foi encontrado para comentar o assunto.

Sem diálogo com MD, Buiú flerta com PRTB para se lançar à Assembleia

A fusão do PMN com o PPS forçará o humorista Edvan Rodrigues de Souza, o Buiú (PMN), a não acompanhar a futura MD (Mobilização Democrática). Quarto colocado na eleição municipal em Diadema, o artista disse que não foi comunicado sobre a decisão de união de siglas e que estuda lançar sua candidatura a deputado estadual por outra legenda. A sigla que está na mira do grupo político de Buiú é o PRTB.

Segundo o ainda peemenista, a alta cúpula da MD não dialogou com o presidente do PMN de Diadema, André Oliveira, e que, por isso, o destino mais provável é sua saída do partido. "Tenho vontade de ser candidato (a deputado estadual), mas ninguém falou nada com a gente nem com o André", justificou o atual diretor de Cultura da Prefeitura de Diadema.

Oliveira confirmou a ausência de contato dos dirigentes. "Tentei falar com o Alex (Manente, deputado estadual pelo PPS e principal articulador da MD no Grande ABC), com o (João) Merenda (suplente de vereador pelo PPS) e com o (Manoel) Tavares (presidente do PPS de Diadema) e ninguém me recebeu. Por isso abrimos diálogo com outros partidos."

No início do mês, o grupo político de Buiú flertou com o PTN após conversas com o coordenador regional da sigla, Eduardo Casonato - atualmente chefe de Gabinete do prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB). As tratativas, no entanto, não avançaram.