Com cautela. É dessa forma que o presidente da Volkswagen, Thomas Schmall, ainda enxerga as perspectivas de crescimento do mercado brasileiro neste ano, apesar da reação das vendas de veículos em abril. No mês passado, os licenciamentos de carros novos aumentaram 17,5% ante março, alcançando a melhor marca para abril (333,7 mil unidades vendidas) na história do segmento nacional. Com a recuperação, as montadoras também aceleraram a produção, registrando o maior volume mensal de fabricação (341 mil unidades) de todos os tempos no País.

Segundo Schmall, há a expectativa de que o segmento reforce o ritmo de crescimento, mas ele prefere aguardar mais algumas semanas, para ter uma visão mais clara de como o mercado vai se comportar até o fim do ano para rever suas estimativas.

Por enquanto, o executivo mantém projeções cautelosas, de que o setor (automóveis e comerciais leves) terá expansão de apenas 2% em 2013 na comparação com 2012. A avaliação foi dada por Schmall ontem, logo após visita do presidente da Alemanha, Joachim Gauck, à fábrica da Anchieta, em São Bernardo.

INSTALAÇÕES - Gauck conheceu as linhas de montagem da Anchieta, de onde saem 900 carros por dia, e também os produtos da montadora em São Bernardo (no local são fabricados o Novo Gol, Gol G4, Polo, Polo Sedan, Saveiro e Kombi).

Além disso, ele também foi apresentado a projetos sociais da fabricante. Em sua chegada à empresa, pela manhã, por exemplo, ele ouviu apresentação do Coral da Gente, formado por crianças carentes da favela Heliópolis, na Capital. Esse programa é desenvolvido pelo Instituto Baccarelli com o apoio da Fundação Volkswagen.

Na sequência, o presidente da Volks lembrou a trajetória de 60 anos da fábrica no Brasil - foi a primeira unidade fabril aberta pela montadora fora da Alemanha - e, depois disso, Gauck percorreu a planta, junto com sua comitiva, e conheceu o Centro de Formação Profissional do Senai dentro da empresa. Atualmente, o local conta com 120 alunos. Desde 1973, mais de 6.000 trabalhadores foram formados na montadora.

O presidente da Alemanha disse que se surpreendeu positivamente, não apenas com a produção de veículos, mas também com o "engajamento social" da montadora. "Eu sabia que a Volkswagen produzia carros excelentes e obtinha bons resultados em um momento em que a situação do mundo está difícil, mas gostaria de parabenizar a empresa pela cultura empresarial que instalou no Brasil", disse.