Política Titulo Santo André
Donizeti tenta travar
manobra petista na CPI

Presidente da Câmara de Sto.André considera ilegítimo acordo firmado com bancada governista

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
14/05/2013 | 07:29
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Orlando Filho/DGABC


Insatisfeito com o acordo, sem ser consultado, para abrir o comando da CPI da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) a vereadores governistas, o presidente da Câmara de Santo André, Donizeti Pereira (PV), põe barreiras para travar a manobra política, orquestrada pelo PT. Em reunião ontem, o verde alegou que o acerto não possui legitimidade por conta de a Justiça ter determinado a suspensão dos trabalhos da comissão.

Interrompida, a CPI está impossibilitada de realizar deliberações. Ao protocolar a defesa da mesa diretora, Donizeti avaliou que ajuste somente teria validade caso houvesse tratativas com os 21 parlamentares. "Do ponto de vista legal, a comissão está sem direitos. Qualquer acordo no âmbito de CPI não existe. Defendo que se aguarde o julgamento do mérito, esgotando todas as chances", justificou. "Aceitamos a briga. Não dá para, na primeira batida de pé, correr da disputa."

Diante de interlocução do vereador Toninho de Jesus (DEM), a bancada independente, com quatro parlamentares na CPI, propôs pacto com o PT, cedendo a presidência da comissão se a base de sustentação ao governo Carlos Grana (PT) retirar a ação judicial, que embargou a investigação. Esse acordo à revelia dos demais vereadores da ala causou rusgas internas, provocando, inclusive, a rediscussão dos integrantes da composição e a sugestão de realizar-se um sorteio dos nomes.

O vereador Almir Cicote (PSB) corroborou com essa proposta, sustentada também por Donizeti. "Acredito ser propício debater novamente os componentes." Toninho, por sua vez, alegou que há, neste momento, "ciumeira de alguns" parlamentares. "Tem de ser mantidos os mesmos sete (integrantes). Já teve pré-seleção, mas agora estão querendo entrar pela porta dos fundos."

O PT elaborou requerimento para colher a assinatura dos 21 e assim conter prova do acordo. Apenas depois desse passo requerer na Justiça a extinção do processo. José Montoro Filho, o Montorinho (PT), justificou que "o presidente quer inviabilizar" o pacto. "Estão com ciumeira para dizer que queremos o controle. Só buscamos fazer parte dentro do procedimento acordado."

Bispo tem apoio para presidir comissão

O vereador governista Bispo Ronaldo de Castro (PRB) contém apoio dos demais integrantes da bancada de sustentação para ser o novo presidente da CPI da Craisa. A ala independente da Câmara cedeu o comando, com Toninho de Jesus (DEM), e deixou a critério dos situacionistas - tendo três nomes na comissão - indicarem o nome.

O também governista José de Araújo (PMDB) alegou que não tem interesse no posto por conta de outras atribuições do mandato, enquanto Montorinho (PT) mencionou que não vê dificuldade em contemplar o colega de bancada. "Abriria mão para o Ronaldo, caso haja interesse."

Logo quando foi indicado para compor a CPI, Ronaldo sinalizou a intenção de ocupar a relatoria - direcionado ao vereador oposicionista Ailton Lima (PTB) e não há abertura de discussão neste cargo. Apesar da inexperiência política por debutar nesta legislatura (2013-2016), com o acordo firmado entre as partes, ele ganha espaço e já anuncia publicamente a vontade em dirigir os trabalhos da comissão. "Quero ser presidente. Mas a ideia é discutir entre os três (governistas)."




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