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Família Klein inicia
saída da Casas Bahia

Fundadores da rede anunciaram oferta de 16% do capital
na Via Varejo, controladora da empresa

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
14/05/2013 | 07:05
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A família Klein, fundadora da Casas Bahia, iniciou movimento para se retirar do negócio, ao comunicar a oferta de parte de suas ações da Via Varejo - companhia controladora da empresa e também do Ponto Frio e das vendas on-line - na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). A transação pode ultrapassar o valor de R$ 2 bilhões.

Esse será o primeiro passo para a família sair definitivamente da companhia fundada em São Caetano em 1952 e que foi vendida à CBD (Companhia Brasileira de Distribuição) - holding do grupo Pão de Açúcar - em 2010, segundo um dos bancos que participam da operação.

Antes dessa decisão, os Klein tentaram levantar dinheiro no mercado e até se associar ao francês Casino, controlador do Pão de Açúcar, para reaver a rede, saindo da influência do empresário Abilio Diniz, que se tornou desafeto comum.

Minoritários na Via Varejo, eles têm atualmente 47% dessa empresa e, agora, com a oferta pública de 53 milhões de ações, que representam 16% do capital social, deverão reduzir sua participação para 31%. A operação também deve prever um aumento de capital, ainda não definido, para a Via Varejo, com objetivo de capitalizá-la para enfrentar a concorrência no varejo não alimentar.

TUMULTUADA - A trajetória de aproximação entre a rede Casas Bahia e o grupo Pão de Açúcar começou em 2009, quando as companhias anunciaram (em dezembro) a criação da Nova Casas Bahia, que inicialmente pareceu fazer sentido para as famílias Klein - interessadas em ganhar escala para acelerar o plano de expansão das lojas pelo Brasil - e também para Abílio Diniz, na época dono do Pão de Açúcar, que ficou com o controle majoritário.

No entanto, poucos meses depois veio a público a tensão entre os dois grupos varejistas. A principal queixa tinha base financeira. A família Klein entendia que seus ativos haviam sido subavaliados. Após longa e intensa negociação, os contratos foram refeitos, mas a situação ficou longe de ser tranquila.

Para o presidente do conselho do Provar (Programa de Administração do Varejo), da USP, Claudio Felisone de Angelo, a família se sentiu em situação menos confortável após a aquisição pelo Pão de Açúcar e deve ter percebido que seria mais interessante vender suas ações. O especialista entende ainda que a saída da família não vai gerar impacto significativo nos resultados da rede varejista, que havia profissionalizado a gestão nos últimos anos.




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