Presidente do PSDB de Mauá, o vereador Jotão demonstra estar em sintonia com o prefeito Donisete Braga (PT). O tucano avalia que não há razão de fazer oposição ao petismo, se o Paço atende a todas as indicações e requerimentos enviados de seu gabinete. Diferentemente do que ocorre nas esferas nacional e estadual, a sigla ainda vive em crise de identidade, sem lideranças capazes de se firmar contra o PT.

Adotando discurso padrão de "aquilo que for bom para cidade, votarei a favor", Jotão pontua que tem bom trânsito com secretariado de Donisete. No geral, o tucano dá nota sete à atuação do governo petista. "Não posso dizer que sou oposição se sou atendido em reivindicações como vereador."

A postura de Jotão reforça um histórico recente de aproximação do PSDB com PT em Mauá. Na última eleição municipal, quando a sigla estava sob comando de Márcio Canuto, o então candidato ao Paço Edimar da Reciclagem (PSDB) sofria a suspeita de fazer campanha para tirar votos da deputada estadual Vanessa Damo (PMDB) em prol de Donisete.

Segundo fontes do PSDB, Edimar tinha cargos na Prefeitura durante a gestão de Oswaldo Dias (PT). Embora não haja provas para essas afirmações, o tucano é figura constante nos corredores da Prefeitura e tem bom trânsito com petistas.

Outro caso emblemático foi do ex-vereador Carlos Alberto Polisel, que em 2010 saiu do PSDB para apoiar os postulantes do PT no pleito daquele ano. Em 2008, Diniz Lopes, então no PSDB, apoiou o petista Oswaldo Dias no segundo turno.

Canuto reconhece a crise de identidade do PSDB de Mauá, embora poupe Jotão de críticas por ser debutante na Câmara. O tucano afirma que trabalha para tornar o parlamentar uma voz contrária ao petismo e busca atrair lideranças à agremiação. "A gente está conversando com algumas pessoas do grupo político de oposição ao governo do PT. Não adianta apenas Jotão e eu batermos no PT. Temos que resgatar o nosso perfil em Mauá", constatou.