Uma expedição internacional a uma das selvas mais isoladas da Ásia descobriu um "mundo perdido" de novas espécies, de flores gigantes a mamíferos raros, que não demonstram temor aos humanos.

A organização ecológica Conservation International, que organizou a viagem em dezembro de 2005 ao oeste de Nova Guiné junto com o Instituto de Ciências da Indonésia, disse que cientistas dos Estados Unidos, Indonésia e Austrália ficaram boquiabertos ao encontrar dúzias de novas espécies e viram cenas como a dança de acasalamento de um pássaro Berlepsch macho.

A impressionante biodiversidade intocada foi encontrada nas Montanhas Foja, na parte ocidental da ilha da Nova Guiné, administrada pela Indonésia.

A equipe internacional de cientistas encontrou espécies que nunca haviam sido descritas antes, como sapos, borboletas, plantas e um pássaro Honeyeater de cara alaranjada, o primeiro exemplar encontrado na ilha da Nova Guiné em mais de 60 anos, informou a Conservation International em um comunicado.

Além de tirar as primeiras fotos de um "Parotia berlepsch" macho, espécie conhecida como ave-do-paraíso, a expedição também encontrou um novo grande mamífero até agora não identificado na Indonésia - uma espécie de canguru denominada "golden-mantled tree" - antes só encontrado em uma única montanha da vizinha Papua Nova Guiné.

A expedição foi realizada quase 25 anos depois que o geógrafo americano Jared Diamond surpreendeu o mundo científico, em 1981, com a descoberta do lar de um pássaro australiano semelhante à ave-do-paraíso conhecido como "golden-fronted Bowerbird", na mesma cadeia montanhosa.

Desta vez, os cientistas fizeram as primeiras fotos da espécie exibindo uma torre de galhos e outros objetos que ele usa para construir o ninho, parte do ritual de acasalamento.

As descobertas levaram os cientistas a concluir que os mais de 300 mil hectares da floresta tropical nas Montanhas Foja continuam intocados pelos humanos.